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Acaba de ser lançado o CD “Tacuchian e a Viola”, reunindo toda a obra do compositor e regente Ricardo Tacuchian para o instrumento, interpretado pelo Duo Burajiru – formado pelo violista Fernando Thebaldi e pela pianista japonesa Yuka Shimizu.
[caption id="attachment_188295" align="alignnone" width="300"] Foto: Divulgação[/caption]
Abrindo o CD, “Toccata para Viola e Piano” foi escrita por solicitação do violista Juan Sarudiansky a quem a obra foi dedicada, tendo feito sua estreia, em 1985, no Rio de Janeiro, com Elza Gushikem ao piano. De forma ternária, suas partes extremas (Allegro) exploram a virtuosidade da viola, com uma pulsação em estilo de moto continuo. A curiosidade, nesta gravação, é que Sarudiansky, na ocasião da estreia da obra, era o Professor de Viola do então estudante Fernando Thebaldi que esteve presente na audição de seu mestre.
Composta em 2004, “Xilogravura” foi criada por encomenda do violista Savio Santoro e escrita sobre o Sistema-T, uma ferramenta de controle das alturas, criada pelo compositor nos fins da década de 1980. A estreia da obra foi feita pelo próprio violista com a pianista Tamara Ujakova, no ano seguinte de sua criação, no Rio de Janeiro. Segundo Tacuchian, “os cortes fortes gravados na madeira bruta são traduzidos musicalmente pelo impulso rítmico que predomina nesta peça” e complementa: “as alternâncias entre o moto continuo e as passagens líricas e reflexivas simbolizam a diversidade de imagens que os gravadores conseguem em suas xilogravuras com vários matizes emocionais”.
Em três movimentos, “Trio das Águas” foi composta em 2012, também baseada no Sistema-T, e dedicado ao Terra Brasilis Trio (André Zocca, clarineta; Valdeci Merquiori, viola; Ana Carolina Sacco, piano) que fez a première em Vinhedo, SP, no ano seguinte à sua composição. Aqui, a obra de Tacuchian ganha o registro pelo prestigiado clarinetista Cristiano Alves.
De 2015, “Tomilho”, dedicada a Fernando Thebaldi - que fez sua première, no Rio de Janeiro, em 2017 - faz parte da Série Especiarias, peças para instrumentos solo, sem acompanhamento, construídas sobre o Sistema-T. Cada peça tem o nome de um tempero e é dedicada a um instrumentista amigo do compositor. As peças desta Série foram escritas para os instrumentos da Orquestra, além de outros como o violão, o cravo e o cavaquinho.
Sua obra mais recente, “Cinco Miniaturas para Viola e Piano”, de 2018, foi escrita especialmente para o Duo Burajiru, depois do sucesso obtido em sua estreia em Rotterdam e sua carreira seguinte, dedicada principalmente à Música do Brasil. O compositor optou por escrever cinco pequenas peças monotemáticas, com caráter contrastante entre si.