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Marcelo Midnight (Mid) é figurinha carimbada nas pistas de skate, shows de rock e festas de música eletrônica da Baixada Santista. Ainda muito jovem, ele teve um ateliê improvisado durante cerca de dois anos dentro do Centro dos Estudantes de Santos (CES). Foi lá que o artista teve seus primeiros contatos com a arte, coletivos e militâncias políticas.
A partir desta sexta-feira (31), o artista dá início à sua primeira grande exposição em um espaço com infraestrutura necessária para criar e produzir. O evento só foi possível graças ao projeto Colaboradora, do Instituto Procomum, que reúne 13 artistas para trabalharem arte e cultura na região da Bacia do Mercado. Essa mostra conta com 13 telas do artista, mesclando trabalhos de anos passados com produções mais recentes.
A exposição será na sede do Instituto Procomum (Rua Sete de Setembro, 52) e o evento de abertura conta com a apresentação de ACRUZ SESPER, projeto musical de Alexandre Cruz, o Farofa, vocalista da banda Garage Fuzz. A mostra ficará aberta à visitação pública até o dia 14 de setembro de 2018, de segunda a sexta, das 13h às 17h.
Obra do artista Mid. Foto: Arquivo Pessoal
Crítica ao processo de verticalização
Atualmente seu trabalho consiste em uma crítica ao processo extremo de verticalização que as cidades vêm sofrendo. Faz uso dos milhares de panfletos de novos apartamentos distribuídos na rua pra criar imagens caóticas de prédios sobre prédios, um emaranhado de informações que se sobrepõem à vida digna que todo cidadão deveria ter direito.
Racismo, exclusão social, especulação imobiliária e opressões do capitalismo são outros temas explorados em suas obras. Críticas e revoltas nem sempre visíveis a olho nu, em meio à harmonia estética de cores fortes e grafismos, mas que são o combustível mental que impulsiona Mid a pintar. Autodidata, suas influências vão desde pintores clássicos até artistas contemporâneos, pichações e arte urbana, além de referências da música e do skate.
SOBRE O ARTISTA
Desde 2014, Marcelo Midnight vem explorando a pintura em diversos suportes, desde telas, quadros e paredes até pedaços de madeira, plástico ou shapes de skate encontrados pela rua. Além da pintura, a técnica de colagem é presente em diversas de suas obras, sempre buscando retratar imagens do cotidiano, revoltas, indignações com a realidade e devaneios do inconsciente. Já produziu colagens, pôsteres, murais, cartazes, telas, zines, adesivos, camisetas, etc. Pintou mais de 200 telas, participou de cerca de 10 exposições coletivas (Semana Canábica, Futuráfrica, Coletivo Santa Trip, Cadeia Velha, FESTA, Vila do Teatro, Estação da Cidadania, etc) e duas individuais – “mostra Lokid”, na casa Rizoma, e “exPRESSÃO”, no CES. Também foi o responsável pela arte das camisetas das Marchas da Maconha da Baixada Santista e ilustrou a cartilha sobre drogas realizada pelo Conselho Regional de Psicologia. Seu último trabalho foi um mural no Instituto Braile, onde mesclou as imagens do seu imaginário com elementos que fazem parte da realidade daquele local.
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