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Há 70 anos morria, vítima de um derrame cerebral, o escritor José Bento Monteiro Lobato, um dos mais populares do Brasil. Ele nos deixou cedo, aos 66 anos, na madrugada de 4 de julho de 1948, em São Paulo.
O escritor fez muito sucesso com crianças, por conta da coleção do Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas também escreveu para jovens e adultos, publicando livros como “Urupês”, no qual aparece o famoso personagem Jeca Tatu, e “Cidades Mortas”, que retrata o declínio de municípios no Vale do Paraíba, em São Paulo.
No entanto, para muito além das Reinações de Narizinho e do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Lobato foi um dos primeiros defensores do óleo brasileiro. Ainda em 1936, diante da resistência de Getúlio Vargas à exploração do petróleo, o escritor publicou O Escândalo do Petróleo, onde acusava o governo de “não perfurar e não deixar que se perfure”.
O livro foi censurado por Vargas em 1937, mesmo ano em que Lobato lançava O Poço de Visconde, historinha infantil onde “ninguém acreditava na existência do petróleo nesta enorme área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, toda ela circundada pelos poços de petróleo das repúblicas vizinhas”.
Por conta de sua intensa militância nacionalista, o inquieto escritor acabou em cana alguns anos depois, em 1941.
O certo é que, conforme descreve o jornalista Carlos Russo Jr., no Jornal Opção, “com admirável sentido de luta, Monteiro Lobato conseguiu sacudir o Brasil de alto a baixo, apontando ao povo brasileiro os caminhos de sua emancipação econômica, lutas que se aprofundariam após a sua morte e que redundaram na fundação da hoje A Petróleo Brasil S/A (Petrobras), empresa criada em 1953, na fase populista do então presidente Getúlio Vargas, impulsionada pela campanha popular iniciada em 1946, sob o slogan de ‘O petróleo é nosso’”.
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