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A partir de segunda-feira, dia 30, até 6 de maio, Curitiba receberá a Mostra de Cinema pela Democracia, uma inciativa de produtores, cineastas, curadores, técnicos e artistas de todas as regiões do país, reunidos de forma voluntária, coletiva e horizontal. Os filmes serão projetados em um grande telão inflável, que está viajando do Acre ao Paraná de ônibus.
A mostra é realizada através de financiamento coletivo através da plataforma catarse. Para participar, entre aqui.
A sessão de abertura apresentará o aguardado documentário O processo, da premiada diretora Maria Augusta Ramos. Com abordagem direta, sem entrevistas ou intervenções diretas, o longa é uma imersão profunda nas votações e discussões que culminaram na destituição da presidenta Dilma Rousseff do cargo. Com estreia nacional marcada para o dia 17 de maio, esta será a primeira exibição do documentário em Curitiba, após uma consagrada carreira internacional que incluiu prêmios em festivais como Berlim e Visões do Real, na Suíça.
Como uma movimentação suprapartidária em defesa da democracia em todos os âmbitos, a mostra pretende reunir filmes que propõem reflexões e diálogos sobre o Brasil de ontem, hoje e amanhã, refletindo a pluralidade de propostas nas obras e dos olhares de seus realizadores.
Nos dias 30, 2 e 3 a mostra de cinema acontecerá na Praça Santos Andrade, e nos dias 4, 5 e 6 as imagens serão projetadas junto à vigília Lula Livre, em sessões gratuitas sempre às 19h. Nos dias 2 e 3 a mostra será parte de uma Virada Cultural, que além do cinema reunirá apresentações de teatro, circo e música.
Os organizadores do evento posicionam-se contra os retrocessos trabalhistas, sociais e humanitários que vêm sendo impostos na atual agenda política brasileira. O grupo considera a prisão do presidente Lula, sem provas e às vésperas das eleições, mais um símbolo dos ataques ao estado democrático de direito no Brasil.
“O cinema é um campo de disputas onde se reproduzem e fortalecem conceitos, identidades, princípios e convicções. Uma espécie de testemunho das formas em que opera e vive uma sociedade. Em uma realidade constantemente atravessada por imagens que marcam profundamente a nossa vivência e memória, é essencial que se reconheça o poderoso instrumento de recordação coletiva que o audiovisual exerce”, diz Alonso Pafyeze, um dos responsáveis pelo evento.
OUTROS DESTAQUES DA MOSTRA DE CINEMA PELA DEMOCRACIA:
Nóis por nóis, de Aly Muritiba e Jandir Santin, é mais um que fará sua estreia no Paraná dentro da programação da Mostra. Rodado em Curitiba, o filme narra a história de quatro amigos com objetivos diferente durante uma noite em um baile de rap na capital paranaense. O trabalho marca a estreia na direção de longas de Jandir Santin, cineasta e morador da Vila Sabará que ficou conhecido por driblar o esquema de segurança da FIFA para filmar o curta Paixão nacional, e é também o novo longa de Aly Muritiba, diretor de Pátio (exibido no Festival de Cannes 2013) e Tarântula (Festival de Veneza 2015.
Martírio, uma análise profunda e essencial de Vincent Carelli da violência sofrida pelo grupo Guarani Kaiowá (melhor filme eleito pelo júri popular no Festival de Brasília 2017).
Escolas em luta, documentário sobre a surpreendente resposta estudantil ao decreto oficial do governo paulista que determina o fechamento de 94 escolas da rede pública.
Linha de Montagem, documentário sobre o processo de mobilização e organização dos operários no ABC paulista, que resultou nas greves de 1979 e 1980, na fundação do Partido dos Trabalhadores e da CUT é outro destaque da programação. Dirigido por Renato Tapajós em 1982, o documentário marca o surgimento da liderança política nacional de Luís Inácio Lula da Silva.
Joaquim, filme de Marcelo Gomes exibido no Festival de Berlim que conta a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. A sessão contará com a presença do diretor e do ator Julio de Andrade.
Todas as sessões contarão ainda com curtas metragens, dentre os quais destacam-se Peripatético, vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília 2017 e dirigido por Jéssica Queiroz; Alma no olho, clássico absoluto de Zózimo Bulbul e Na missão, com Kadu, um retrato particular do maior conflito fundiário urbano da América Latina, na região ocupada da Izidora.
Programação
Segunda, dia 30 de abril às 19h – Sessão de abertura
Poesia na guerra, de Fernando Salinas e Guilherme Fernandez, 3 min, 2017
O golpe em 50 cortes ou a corte em 50 golpes, de Lucas Campolina, 9 min, 2017
O processo, de Maria Augusta Ramos, 137 min, 2018
Segunda, dia 30/04 - 19h
Poesia na Guerra, de Fernando Salinas e Guilherme Fernandez, 2017, 3’
O golpe em 50 cortes ou a corte em 50 cortes, 2017, 9’
O processo, de Maria Augusta Ramos, 2018, 137’
Quarta, dia 02/05 - 19h
Alana, de Sérgio Carvalho, 2017, 21’
Martírio, de Vincent Carelli, 2016, 130’
Quinta, dia 03/05 - 19h
Alma no olho, de Zózimo Bulbul, 1973, 11’
Escolas em luta, de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli, 2017, 76’
Sexta, dia 04/05 - 19h
Na missão, com Kadu, de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito, 2016, 25’
Linha de montage, de Renato Tapajós, 90’
Sábado, dia 05/05 - 19h
Peripatético, de Jéssica Queiroz, 2017, 15’
Nois por nois, de Aly Muritiba e Jandir Santin, 100’
Domingo, dia 06/05 - 19h
Chico, dos Irmãos Carvalho, 2016, 23’
Joaquim, de Marcelo Gomes, 2017, 102’
Serviço:
Mostra Cinema pela Democracia
De 30 de abril a 6 de maio de 2018
Praça Santos Andrade e Vigília Lula Livre
Curitiba, Paraná
Entrada gratuita
Sempre às 19h
www.facebook.com/mostradecinemapelademocracia
https://www.catarse.me/mostra_de_cinema_pela_democracia_fe15?project_id=76093