Movimentos sociais e artísticos realizam ato pelo descongelamento de verbas municipais para a cultura

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Artistas e simpatizantes da causa que requer do poder municipal o descongelamento dos 43,5% contingenciados pelo prefeito João Doria no início de fevereiro fizeram um ato em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital paulista, onde chegaram inclusive a ocupar o hall de ingressos do prédio com parte das centenas de manifestantes presentes Por Luciana Pellacani, colaboradora da Rede Fórum [caption id="attachment_98408" align="alignleft" width="412"]Foto: Ariadne Barroso Foto: Ariadne Barroso[/caption] Em meio a muita chuva ocorreu no final da tarde desta quarta-feira (22) mais uma mobilização organizada pela Frente Ùnica - Descongela Cultura Já. Artistas e simpatizantes da causa que requer do poder municipal o descongelamento dos 43,5% contingenciados pelo prefeito João Doria no início de fevereiro fizeram um ato em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital paulista, onde chegaram inclusive a ocupar o hall de ingressos do prédio com parte das centenas de manifestantes presentes. Seguiram depois, sob chuva forte, para a frente da sede da prefeitura, onde se mantiveram por um tempo cantando músicas com palavras de ordem. A atriz e militante cultural Fernanda Azevedo levantou a pauta da frente e desabafou. “Nós estamos aqui lutando não só pelos nossos trabalhos, mas lutando pela possibilidade de pensar criticamente essa cidade. Estamos lutando também porque a gente acredita que cultura e arte são a identidade de um povo e é isso que a gente tá querendo resgatar: é o direito a usufruir e produzir cultura nesta cidade. São Paulo é uma cidade enorme, uma cidade que tem o desenvolvimento de diversas linguagens, é uma cidade onde os movimentos de cultura já lutaram durante décadas para conseguir o mínimo de respeito", disse. Para a atriz, além do congelamento atual, há má manutenção dos equipamentos de cultura na cidade. "O  prefeito congelou quase metade de um orçamento que foi uma luta nossa no ano passado, na hora que a gente [caption id="attachment_98409" align="alignright" width="418"]Foto: Ariadne Barroso Foto: Ariadne Barroso[/caption] discutiu o orçamento, a gente conseguiu R$ 518 milhões para a cultura que não é nem 1% da verba de orçamento desta cidade, isto é uma vergonha. Uma cidade como São Paulo , que é reconhecida internacionalmente pelos movimentos de cultura, não tem nem 1% do seu orçamento dedicado para cultura e desse valor, que já é irrisório, teve quase 50% de seu valor congelado. A secretaria hoje não tem verba para sua atividade fim, isto quer dizer que a Secretaria de Cultura não está fomentando cultura está só se mantendo…. E é uma má manutenção dos equipamentos que já estão em estado deplorável", completou. A frente segue forte  com a união de vários movimentos culturais e sociais. O ator Ney Piacentini, que acompanha desde a década de 90 os movimentos culturais em São Paulo, vê que, neste momento, ocorre uma oportunidade de reagregação em meio a uma desunião e um individualismo exacerbado. “Quando todas as áreas da cultura se reúnem para dizer que cultura não se congela eu vejo que estamos na contramão deste isolamento [individualista]. Estamos nos reunindo , estamos nos juntando, com organização para que a coisa vá para frente e o prefeito perceba que ele está cometendo um equívoco enorme", analisou. André Sturm, atual secretário de cultura, que já havia se comprometido a lutar pelo descongelamento integral dos recursos, não compareceu ao ato. A Frente Única - Descongela a Cultura Já marcou um novo encontro, na sexta-feira (24), para discutir as diretrizes do movimento. Será na rua Álvaro de Carvalho, 75, Anhangabaú.