Escrito en
CULTURA
el
Gloria Pires vive papel igual ao de Lana Turner em “Madame X”, filme de David Lowell Rich, de 1966
Da Redação*
A trama da personagem Elizabeth, vivida por Glória Pires, em "O Outro Lado do Paraíso" é muito parecida com a de “Madame X”, um melodrama francês, escrito para o teatro por Alexandre Bisson, em 1908, e adaptado inúmeras vezes para o cinema.
Na novela de Walcyr Carrasco, Elizabeth é uma mulher de origem humilde que se casou com um diplomata, Henrique (Emilio de Mello), com quem tem a filha Adriana (Lara Cariello). Seu sogro, Natanael (Juca de Oliveira), julga que ela não está à altura do filho e da posição de embaixatriz. Por isso, arma uma armadilha para ela.
Com a ajuda de Jô (Barbara Paz), Natanael consegue que Elizabeth se aproxime e se envolva com Renan (Marcello Novaes). O empresário, porém, morre acidentalmente diante dela. O sogro aproveita a situação para chantageá-la e a convence a forjar a própria morte para não ser presa.
Todo este enredo é familiar a quem assistiu à mais famosa adaptação de “Madame X”, o filme americano com o mesmo título, de David Lowell Rich, de 1966, protagonizado por Lana Turner como Holly Parker e Ricardo Montalban como o amante, que morre acidentalmente.
Cartaz original de "Madame X"
Quem chantageia a personagem é sua sogra, Estelle (Constance Bennett). Ela sabe que a nora é inocente, mas vê na situação uma oportunidade para afastá-la do filho. E a solução encontrada é a mesma que veremos esta semana em “O Outro Lado do Paraíso”: a personagem de Lana Turner simula a própria morte em um passeio de barco, deixando o marido, Clayton Anderson (John Forsythe) e o jovem filho pensando que ela morreu..
Na visão da Globo, não há plagio. Em resposta a um questionamento do blog de Maurício Stycer, a emissora respondeu: “A novela é produzida com base nas criações originais realizadas sob encomenda da TV Globo aos seus contratados. Como em toda obra, eventualmente podem existir referências comuns ao universo dramatúrgico”.
Na opinião do próprio Stycer, no entanto, as semelhanças com “Madame X” vão além de ‘referências comuns ao universo dramatúrgico’. Parece inspiração pura e simples. Aliás, não é a primeira vez que Carrasco se inspira em obras prontas para escrever novela. A diferença, no caso, por exemplo, de ‘Êta Mundo Bom’, é que a Globo comprou os direitos de ‘Candinho’, filme de Mazaroppi, e deu crédito.
*Com informações do Blog do Maurício Stycer
Foto: Divulgação TV Globo