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Por Joselicio Junior
"Nossa arma são os livros E a palavra nossa munição"B.Boy, slammer, poeta, produtor Cultural, educador Social, pesquisador. Esse é Ericson Carlos Silva, popularmente conhecido como Banks Back Spin, que nos deixou repentinamente nesta segunda-feira, 27 de novembro, aos 43 anos. Uma perda inestimável para a cultura Hip Hop e periférica. Militante, ativista desde 1988, a trajetória de Banks se confunde com a própria história do Hip Hop. Integrante da equipe pioneira na Dança de Rua no Brasil, Back Spin Crew, desde 1993, foi dançarino do grupo pioneiro da música rap brasileira, Thaide & DJ Hum. Desde então nunca parou. Participou ativamente de um conjunto de iniciativas e projetos de fomento, valorização e construção da Cultura Hip Hop. Entre elas a famosa Casa do Hip Hop de Diadema, onde foi arte-educador, trabalhou como produtor cultural do grupo Z'África Brasil e foi jurado em diversos concursos de dança. Uma letra do grupo Z'África Brasil diz: "Ser do movimento hip hop é fácil, viver a cultura hip hop é dificil". Essa é a essência da trajetória de Banks: viver a cultura hip hop, viver a cultura de rua, a cultura periférica. Além de B.Boy, Banks mergulhou na cultura Hip Hop, na busca do conhecimento, sempre no ativismo, na luta por mais verbas para a cultura, exigindo respeito à ancestralidade africana. Nos últimos anos, se dedicou a poesia e foi um dos principais articuladores do Slam Resistência (Batalha de Poesia) na Praça Roosevelt, que resgatou a ocupação dos espaço públicos, muito forte nos anos 80 e 90, fomentando a cultura de rua. Ou seja, Banks sempre esteve na vanguarda, na linha de frente, sempre antenado, um crítico ácido das desigualdades do sistema, mas sempre generoso com os parceiros, uma sagacidade e uma eloquência marcantes. Um imprescindível na luta. Seu legado e trajetória ficaram marcados na história. Para os amigos, além de boas histórias, ficará a saudade! Obrigado, Banks!