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As declarações da presidente da academia surgem depois de o ator Spike Lee - que recebeu em 2015 um Oscar honorífico - e de a atriz Jada Pinkett Smith terem anunciado que não vão comparecer na cerimônia de entrega do Oscar precisamente por não existir, pelo segundo ano consecutivo, qualquer ator ou atriz negros nomeados para os prêmios
Por Agência Lusa
A presidente da Academia de Cinema dos Estados Unidos, Cheryl Boone Isaacs, admitiu que a entidade precisa de uma mudança, na sequência de críticas apontadas à ausência de qualquer artista negro entre os nomeados.
Em comunicado divulgado na segunda-feira à noite, Cheryl Boone Isaacs manifestou-se “destroçada e frustrada” pelas falhas da academia, em matéria de diversidade. "É uma discussão difícil, mas importante, e está na altura de se fazerem grandes mudanças".
As declarações da presidente da academia surgem depois de o realizador Spike Lee - que recebeu em 2015 um Oscar honorífico - e de a atriz Jada Pinkett Smith terem anunciado que não vão comparecer na cerimônia de entrega do Oscar precisamente por não existir, pelo segundo ano consecutivo, qualquer ator ou atriz negros nomeados para os prêmios.
Cheryl Boone Isaacs revelou que, nas próximas semanas, serão decididas e tomadas “medidas drásticas para alterar a composição dos membros” da academia em nome de uma “necessária diversidade”.
Depois da divulgação do comunicado da academia, o ator negro David Oyelowo disse hoje que aquela entidade não representa aquilo que é os Estados Unidos, exigindo, para os próximos meses, uma alteração radical na organização do Oscar.
A entidade, que decide os nomeados e escolhe os vencedores, integra 6.300 membros. De acordo com o jornal Los Angeles Times, 93% dos membros são brancos e 76% são do sexo masculino. A média de idade é 63 anos.
“Como sabem, nos últimos quatro anos fizemos alterações para diversificar os membros da academia, mas as mudanças não ocorrem tão depressa como desejávamos”, afirmou Cheryl Boone Isaacs.
O ator negro David Oyelowo disse hoje que a academia não representa aquilo que são os Estados Unidos, exigindo para os próximos meses - e não anos - uma alteração radical à organização do Oscar.
A 88.ª edição do Oscar, marcada para 28 de fevereiro em Los Angeles, terá apresentação do humorista afro-americano Chris Rock, que, nos últimos dias, tem sido pressionado para boicotar a cerimônia.
Foto: Divulgação/A.M.P.A.S.