O filme foi lançado enquanto aconteciam gigantescas manifestações por todo os Estados Unidos, protestando contra o sistemático assassinato de jovens negros desarmados por policiais brancos, e obteve uma excepcional aprovação de 99% nas redes; saindo-se ainda melhor que o aclamado Boyhood, que teve 98% de aprovação e venceu o Globo de Ouro de melhor filme e foi indicado ao Oscar em seis categorias. "O filme [Selma] ser nomeado apenas por melhor música e melhor filme é uma desgraça", lamentou Tom O´Neil, fundador do website Goldderby.com, que acompanha todos os principais prêmios da indústria do cinema.
A predominância masculina nas indicações também tem sido alvo de críticas: todos os diretores, roteiristas e produtores são homens. Para Sasha Stone, do website Awardsdaily.com, semelhante ao de O´Neil, "é uma vergonha ver que a Academia deixou a oportunidade de indicar a primeira diretora negra da história", disse ela, referindo-se a Ava DuVernay, e mencionou também Gillian Flyn, roteirista de Garota Exemplar.
Como Rachel Cooke escreveu nesse final de semana no The Guardian, "se aventure a ir ao cinema mais próximo e você não achará nada além de um cardápio de testosterona pesada que a Academia tanto ama: pode-se escolher entre American Sniper (sobre um soldado de elite), Foxcatcher (sobre lutadores olímpicos com pescoço grosso) ou Whiplash (sobre um professor de música agindo como um sargento do exército)".
No gráfico abaixo, é possível ver que a predominância masculina-branca no Oscar é algo histórico. Por 85 anos (1927-2012), apenas uma mulher venceu como diretora (Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror), duas atrizes negras (Halle Berry, por A Última Ceia, e Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão) e apenas sete atores "de cor" (Ben Kingley, por Gandhi, é britânico de origem indiana), sendo que três atores negros venceram somente nos últimos 15 anos.