Cineastas pernambucanos apoiam movimento ‘Ocupe Estelita’

Recife, Cidade Roubada é o vídeo mais recente do grupo e conta com a participação do ator Irandhir Santos; o filme critica as ilegalidades envolvendo o Projeto Novo Recife, que deve comprometer o acervo arquitetônico de bairros históricos da capital pernambucana.

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Recife, Cidade Roubada é o vídeo mais recente do grupo e conta com a participação do ator Irandhir Santos; o filme critica as ilegalidades envolvendo o Projeto Novo Recife, que deve comprometer o acervo arquitetônico de bairros históricos da capital pernambucana Por Redação Um grupo de cineastas – composto por Pedro Severien, Marcelo Pedroso, Luis Henrique Leal, Leon Sampaio e Ernesto de Carvalho – têm colaborado com o movimento ‘Ocupe Estelita’, em Pernambuco. Ao todo, o coletivo produziu 10 vídeos. O mais recente deles é o Recife, Cidade Roubada, lançado nessa semana. O filme conta com a participação do respeitado ator Irandhir Santos (O som ao redor, Tatuagem, Baixio das Bestas, Tropa de Elite 2). A obra faz uma crítica às ilegalidades envolvendo o Projeto Novo Recife, que pretende construir 13 torres com mais de 40 andares no local, comprometendo o acervo arquitetônico de dois dos bairros mais importantes bairros históricos da capital e com um impacto previsto de mais de cinco mil veículos circulando em seu entorno. Entenda o caso Estelita Localizado na Ilha de Antônio Vaz, no centro de Recife, o terreno do segundo mais antigo parque ferroviário brasileiro foi adquirido em 2008. O consórcio comprou a área em um leilão, cuja legalidade é questionada pelo Ministério Público Federal. Quando o empreendimento imobiliário do Novo Recife foi anunciado, quatro anos depois, setores da sociedade passaram a debater seus impactos e a apontar irregularidades constatadas no processo administrativo que levou à sua aprovação pela Prefeitura Municipal do Recife. Foi então, em 2012, que surgiu o movimento Ocupe Estelita. Em junho de 2014, o movimento ocupou a área por quase dois meses, após as empreiteiras iniciarem a demolição ilegal dos históricos armazéns de açúcar do local – sem autorização judicial e com o terreno sob júdice. Desde então, instalou-se uma disputa acirrada entre diversos atores da sociedade civil organizada e os governos municipais e estaduais. Intelectuais, jornalistas, artistas, professores, estudantes, urbanistas e músicos têm se mobilizado por meio de ocupações pela cidade com mini-festivais político-culturais. O objetivo é pressionar a administração municipal a cancelar o leilão, revisar as ilegalidades e abrir um diálogo com a população sobre o destino da área, uma das mais valorizadas da capital pernambucana. O vídeo Recife, Cidade Roubada renova a discussão sobre o caso em um momento oportuno, a quase dez dias da audiência pública que apresentará o redesenho do Novo Recife e pode definir o destino do cais. Para assistir a essa e outras produções do grupo, clique abaixo: A margem dos trilhos Braço Armado das empreiteiras 3 Ação e Reação Ocupar Resistir Avançar Vida Estelita Pesquisa novo Recife Sangue no Cais - de Criolo Novo Recife - Redesenho de uma mentira Audiência Pública? Recife, Cidade Roubada