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Indicado para concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, "Omar" já venceu o prêmio do júri no Festival de Cinema de Cannes, em 2013 - um dos mais prestigiados festivais do mundo
Por Moara Crivelente, em Vermelho
O filme conta a história de Omar, um padeiro que é preso e espancado por agentes da inteligência israelense, depois de três jovens palestinos terem decidido matar um soldado israelense.
[caption id="attachment_39803" align="alignleft" width="225"] Foto: Reprodução[/caption]
Omar é forçado a trabalhar como agente duplo para os serviços secretos de Israel, e o filme mostra as escolhas difíceis que ele faz, no jogo de gato e rato que vive com as forças do regime de ocupação israelense.
O filme é gravado em Nazaré, norte de Israel, e em vários lugares dos territórios palestinos ocupados, na Cisjordânia. Ele venceu o prêmio do júri no Festival de Cinema de Cannes, em 2013.
A 86ª edição dos Prêmios da Academia acontecerá no dia 2 de março e, assim como na edição anterior, em que o documentário palestino "Cinco Câmeras Quebradas" e o israelense "Os Guardiões" também disputaram, a nomeação de “Omar” já tem repercutido na mídia em Israel.
"Omar" torna-se mais um filme palestino a ser nomeado ao prêmio, depois do documentário “Cinco Câmeras Quebradas”, na edição do Oscar de 2013, e "Paradise Now", na de 2006, a primeira vez que a Palestina conseguiu concorrer, já que os filmes devem ser inscritos pelos governos de seus países, o que causou conflitos nas edições anteriores.
Em 2002, o filme "Intervenção Divina" foi excluído da competição devido ao não reconhecimento da Palestina como um Estado soberano, o que foi contornado nos anos seguintes pela controvérsia gerada com a participação de Taiwan, Porto Rico e Hong Kong e a crítica de uma "dupla moral".
Ainda assim, autoridades israelenses tentaram exigir que "Paradise Now" não fosse apresentado como um filme palestino, entre as várias polêmicas lançadas por Israel sobre a sua indicação, como o protesto de uma associação de vítimas de explosões a bomba (o filme retrata a vida de dois jovens palestinos sob a dura ocupação israelense e que decidem cometer um ataque suicida) e a classificação como um filme "da Autoridade Palestina" e até "dos Territórios Palestinos", ao invés de um filme "da Palestina".
Para a edição deste ano, o filme “Bethlehem” (“Belém”), de Yuval Adler, era a aposta israelense ao Oscar, mas não chegou a ser selecionado pela academia, embora tenha ganho diversos prêmios em Israel, em 2013.
"Belém" conta a história de uma “relação complicada” entre um agente dos serviços secretos israelenses e um adolescente palestino que serve de informante, já que é irmão de um comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.