O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não apenas atuou contra todas as medidas sanitárias de combate à Covid, como também colocou sob sigilo estudos elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre possíveis quadros da pandemia.
Documentos obtidos pela Folha de S. Paulo revelam que os estudos foram realizados entre março de 2020 a julho de 2021 e mostram que Bolsonaro ignorou as recomendações do Ministério da Saúde, da Abin e do GSI.
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Os estudos realizados pela Abin e GSI citam o distanciamento social e a vacina como ações efetivas para controlar o espalhamento do coronavírus. Também desaconselham o uso da cloroquina nos tratamentos por ser ineficaz contra a Covid e alertam para a possibilidade de colapso no sistema de saúde brasileiro. Tais cenários se concretizaram.
Além disso, os relatórios projetaram três cenários possíveis da pandemia no Brasil, desde o mais ameno até o mais grave. Também chamam a atenção para o fato de o Ministério da Saúde demorar a dar respostas de combate e controle do coronavírus.
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Foram produzidos, pelo menos, 18 relatórios na primeira onda da pandemia que já projetavam "caos no sistema de saúde" e que o Brasil ainda não havia atingido o auge da doença. Também foram ignorados pelo governo do ex-presidente Bolsonaro.
O resultado de tal postura do ex-presidente Jair Bolsonaro é de conhecimento do mundo todo: 700 mil mortes por Covid no Brasil.
Augusto Heleno (GSI), Alexandre Ramagem (Abin), Braga Netto (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Ministério da Saúde) se recusaram a comentar.