No último sábado (12) a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde divulgou nota técnica alertando sobre o aumento do número de casos de Covid-19 no país, em que cita a circulação da subvariante da ômicron BQ.1. Com sintomas semelhantes às variantes anteriores, a BQ.1 não é de maior gravidade, mas tem provocado hospitalizações, sobretudo entre pessoas idosas, imunossuprimidas (pacientes transplantados, oncológicos, etc.), com múltiplas comorbidades, ou entre os que estão com a vacina atrasada, ou seja, quem não tomou nenhuma dose ou está com as injeções de reforço pendentes (2ª, 3ª e 4ª doses), conforme o infectologista Marcos Caseiro.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez publicação em redes sociais, também no sábado (12) e o Ministério publicou uma nota à imprensa no domingo (13) informando que 69 milhões de brasileiros ainda não tomaram 1ª dose de reforço e 32,8 milhões que poderiam ter recebido a 2º dose de reforço ainda não se vacinaram.
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Aumento de 74% do número de casos
Já o consórcio de veículos de imprensa, que acompanha a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, apresentou um levantamento que mostra o crescimento de 5.262 novos casos da doença em 24 horas (entre sexta e sábado). Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 8.935, com variação de aproximadamente 74% em relação a duas semanas atrás.
Entretanto, nem a nota, nem o chefe da pasta se manifestaram sobre uma nova fórmula de imunizante contra a Covid-19, a chamada vacina bivalente. Diversos países, como os Estados Unidos, o Canadá e algumas nações da Europa, começaram a aplicar o novo imunizante para combater as novas variantes da ômicron. Na América Latina o novo imunizante também já começou a ser utilizado como reforço em pessoas imunossuprimidas e em profissionais de saúde. Fabricada tanto pela Pfizer quanto pela Moderna, a nova versão da vacina combate várias cepas simultaneamente, como as versões BA.1 e BA.5 da ômicron, que são as duas formas do vírus com maior circulação atualmente. "Essas vacinas já estão sendo plenamente usadas, da Pfizer e da Moderna nos EUA, no Canadá, principalmente, e na Inglaterra", afirma Caseiro.
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Brasil ainda não tem estratégia
Infectologistas são unânimes quanto à importância do Brasil se somar a este esforço, mas o Ministério da Saúde, ainda sob a gestão Queiroga, ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), afirma que a estratégia de vacinação para o próximo ano, bem como a quantidade de doses utilizadas, ainda está indefinida. Também não há previsão para a chegada do novo imunizante ao país. A Pfizer requisitou o uso emergencial da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro deste ano. Na semana passada, o órgão federal informou que estão em fase final de análise pela área técnica, mas ainda não há data para a deliberação.
Outro ponto ainda em aberto é se essa vacina terá que ser atualizada a cada quatro ou seis meses, tempo médio que leva para a redução da proteção contra Covid sintomática, ou se será anual, como é feito com a vacinação contra a gripe. Caseiro explica que o comportamento do vírus da Covid é semelhante ao da influenza e avalia que "provavelmente a gente vai entrar em um circuito de vacinações periódicas", o que exige "um grande monitoramento, como ocorre com a influenza" e a elaboração de vacinas para responder às variantes, que devem passar a ser para além de bivalentes.
Segundo o infectologista, a tendência é que com o tempo surjam vacinas "multivalentes, com proteção mais extensa". Marcos Caseiro explica que "para evitar o surgimento de variantes, a gente tem que evitar a disseminação desse vírus", recomendando medidas como o uso de máscaras em ambientes confinados "e vacinando, idealmente com essas vacinas bivalentes ou multivalentes, que eu não tenho dúvida que o próximo governo irá priorizar a compra dessas vacinas, que já estão plenamente aprovadas e certamente farão parte do nosso Programa Nacional de Imunização", completou o infectologista, referindo-se ao governo Lula, que tomará posse em 1º de janeiro de 2023.
Com informações do Estadão, do G1 e da Agência Aids