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Alta nos casos de Covid assusta o Brasil: Infectologista explica a situação

Número de pessoas contaminadas cresceu muito nos últimos dias e o médico Marcos Caseiro explicou à Fórum cada ponto desse novo momento. Saiba o real cenário e como se prevenir

Créditos: Revista Fórum e Prefeitura de Jundiaí
Escrito en SAÚDE el

O aumento abrupto e notável dos casos de infecção pelo Sars-Cov-2, o coronavírus que provoca a Covid-19, tem assustado profissionais de saúde de todo o Brasil e deixado a população preocupada com o retorno da doença que causou a pandemia que mais assustou o mundo no último século.

Hospitais de São Paulo informam que o percentual de testes positivos para a enfermidade subiu de 2,5% na semana que foi de 2 a 8 de outubro para 13,5% nos dias entre 23 e 29 do mesmo mês. No caso dos testes realizados em farmácias, o índice no mesmo período passou de 9,36% para 15,5% dos doentes testados.

Para falar sobre o enorme crescimento da Covid-19 da última semana para cá, a reportagem da Fórum ouviu neste domingo (6) o médico infectologista Marcos Caseiro. Ele começou mostrando um panorama desse cenário em que as contaminações vêm se expandindo.

“Nós estamos observando claramente um aumento no número de casos, e não só no número de casos notificados, mas um aumento também de positividade por exemplo daqueles testes feitos em farmácias, mais de 15% nas últimas semanas, além desta sensação de que a gente começa a ver muitas pessoas próximas com sintomas, uma observação empírica bastante importante”, explicou o infectologista.

Sobre a letalidade e o surgimento de quadros mais preocupantes, Caseiro afirma que este crescimento no número de casos ainda não impactou nas taxas de mortes ou de evoluções mais graves. Ele aproveitou para explicar a importância da imunização nesse fenômeno que evita contaminações mais avassaladoras.

“O que a gente ainda não tem visto é o aumento de casos graves, e creio que aí há a questão da vacina e quantidade de pessoas que já se infectaram, que é um fator determinante. Outra questão importante de frisar é que essa cepa que nós estamos vendo é a Ômicron, a BA-5, que foi uma das últimas a aparecer e é a responsável, a princípio, por esses casos, até porque não há detecção de uma nova variante”, ponderou o médico.

Questionado sobre o motivo desse crescimento aparentemente repentino no número de pessoas contaminadas, o profissional de saúde diz não ter dúvidas de que tudo é resultado do fim dos cuidados e medidas preventivas usados no auge da pandemia.

“Eu penso que muitos fatores podem explicar isso, mas o que ocorre é que subitamente se liberou geral, especialmente sobre a utilização de máscaras. Excetuando-se em ambiente hospitalar, em todos os espaços foi eliminado o uso de máscaras e isso claramente se associou ao aumento dos casos não só de Covid, mas de outras infecções respiratórias. O momento é de prudência, nós não temos um decreto do fim da pandemia, e nesse sentido a regra é: vacinação, e as pessoas que não tomaram reforço, vacinarem-se. A recomendação do Centro de Doenças de Atlanta, que é de onde nós tiramos os dados mais corretos, é que todas as pessoas têm que ter duas doses e um reforço, e aquelas pessoas com mais de cinquenta anos têm que ter dois reforços, sendo que esses reforços devem ser feitos com quatro meses de intervalo entre um e outro”, concluiu e orientou Caseiro.