O senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi enfático ao se dirigir ao tenente-coronel da reserva, Marcelo Blanco da Costa, durante depoimento na CPI do Genocídio, nesta quarta-feira (4). “Vossa excelência está mentindo e mentiu durante todo o tempo”, disse.
“O senhor tentou dar a impressão aqui de ter boa intenção, mas finge patriotismo e participa da tentativa de dar um golpe grotesco na administração pública. O senhor agiu na ilegalidade, porque tinha informações privilegiadas do Ministério da Saúde”, destacou o senador.
Poucos dias antes do encontro no restaurante Vasto, em Brasília, no dia 25 de fevereiro, onde supostamente foi discutido propina na compra de vacinas contra a Covid-19, Blanco alterou a inscrição da sua empresa, chamada Volare, para atividades ligadas ao mercado de saúde.
Blanco negou ter contato com parlamentares, inclusive com o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro e um dos envolvidos no escândalo da compra de imunizantes.
Ao final, Carvalho disse: “Vossa excelência é um coronel do Exército, mas quis tirar vantagens de ordem pessoal”.
Nó cego
Em seguida, Omar Aziz (PSD-AM) resumiu, como presidente da CPI, sua avaliação sobre o depoimento de Blanco: “Nó cego querendo dar volta em outro nó cego”.
Na sequência, a senadora Simone Tebet (MSB-MS) destacou que a empresa de Blanco era uma “associação militar com fins lucrativos”.