O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, declarou que a tentativa de Jair Bolsonaro de obstruir as investigações da comissão não dará certo. “Isso é uma atitude típica de ditador de botequim. É uma atitude típica dos piores tipos de tirano”.
De acordo com Randolfe, o governo está usando o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para atrapalhar a comissão.
“Um deputado federal, junto com seu irmão servidor público, procura o presidente da República para dar a notícia de um crime de corrupção em andamento. O que o presidente da República faz? Determina, de imediato, a instauração de um inquérito por parte da Polícia Federal para investigar a ação criminosa? Pede que a Corregedoria Geral da União investigue a denúncia? Pede providências para o Tribunal de Contas da União? Pede providências ao procurador-geral da República e ao Ministério Público Federal?”, questionou o senador.
“Não! Depois de cinco meses essa denúncia veio à Comissão Parlamentar de Inquérito e o presidente da República faz de conta que toma providências. E qual a atitude dele agora? Pede para ser instaurado um inquérito contra o denunciante (o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF)”, acrescentou.
Randolfe destacou que Bolsonaro quer “transformar uma instituição honrada como a Polícia Federal em polícia política. Acredite, senhor Jair Bolsonaro, não passará. E nós, da Comissão Parlamentar de Inquérito, não aceitaremos intimidação a nós e a quaisquer das testemunhas que queiram colaborar com essa CPI”, ressaltou o senador.
Queixa-crime
O vice-presidente da CPI do Genocídio também comentou o fato de ter protocolado queixa-crime, no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (20), contra Bolsonaro por difamação. O presidente disse que o senador “queria comprar a vacina Covaxin sem licitação e sem a certificação da Anvisa”.
“Eu sempre fui daqueles que acreditam que a política é o espaço da tolerância, o espaço do diálogo. Aliás, é da essência da ciência política. A política foi criada entre os homens para que eles não entrassem em guerra. Esse papel civilizatório da política foi subvertido pelos comportamentos do senhor presidente da República. Ele, lamentavelmente, transformou a política no espaço da agressão, da guerra, da ruptura da ordem democrática”, afirmou.
“Isso não é tolerável, não é aceitável. A queixa-crime que movi junto ao Supremo Tribunal Federal não é, simplesmente, em função da minha honra. É para dizer ao senhor presidente da República que existem limites em um estado democrático de direito, quando ele insistir em difamar, agredir as pessoas e espalhar uma cultura de fake news e de ódio”, completou Randolfe.