A empresa catarinense World Brands, que negociou com o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a compra de 30 milhões de doses superfaturadas de CoronaVac, está apta a importar uma série de itens, inclusive produtos eróticos, de acordo com a coluna de Lauro Jardim, em O Globo.
As apurações da CPI do Genocídio descobriram que a empresa tem cadastro de atividades e negócios que englobam a importação de uma enorme variedade de produtos, menos vacinas.
A World Brands está apta a importar um total de 76 categorias de itens, com centenas de artigos, mesmo que não necessariamente importe todos.
A lista vai desde itens de sex-shop a parafusos e lubrificantes de veículos, passando por enfeites de Natal, artigos funerários, bijuterias, calçados, óculos, shampoos, brinquedos, jogos eletrônicos, instrumentos musicais, alfinetes, tecidos, móveis, alimentos, material de construção e equipamentos de informática, entre outros.
Caso a negociação entre a empresa e Pazuello progredisse, o preço da transação seria o triplo do valor que o próprio governo pagou, dois meses antes, para comprar a mesma vacina do Instituto Butantan.
Fraude
Jaime José Tomaselli, empresário que tem registrada em seu nome a World Brands Distribuição, de Santa Catarina, já foi condenado por fraude.
Tomaselli foi condenado pela Justiça Federal de Itajaí (SC), em maio de 2014, por participar de um conluio que fraudou documentos de importação de produtos.
A decisão do juiz Marcelo Micheloti indica tentativa de “ocultar a real adquirente e ludibriar a fiscalização estatal” em relação a notas fiscais falsamente emitidas em nome de uma das empresas de Tomaselli, a Marfim. O site da World Brands está registrado em nome da Marfim.
As notas eram referentes à importação de “carrinhos de controle remoto, embalagens em cartela de papel com plástico e lâmpadas fluorescentes”.
Tomaselli foi condenado a um ano e seis meses de prisão. Porém, a pena foi transformada em pagamento de R$ 54 mil de multa e prestação de serviços comunitários.