Novas mensagens obtidas no celular do cabo Luiz Paulo Dominghetti, que estão em poder dos integrantes da CPI do Genocídio, mencionam o suporto envolvimento da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na negociação para compra superfaturada de vacinas contra a Covid-19. As informações são do blog Radar, na Veja.
Em conversa realizada no dia 3 de março, Dominghetti se dirige a um homem identificado como Rafael Compra Deskartpak. Eles falam sobre a operação de compra dos imunizantes para que o grupo chegasse até Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Como a própria CPI já descobriu, o reverendo Amilton de Paula atuou para aproximar os supostos vendedores de vacina do círculo presidencial. De Paula entrou na negociação por ser próximo da família do presidente.
Na conversa, Dominguetti se mostra assustado ao comentar a respeito dos avanços do reverendo. “Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreveu ele.
Surpreso, o interlocutor pergunta: “Quem é? Michele Bolsonaro?”. Dominghetti responde: “Esposa sim”.
O interlocutor, então, sugere que o cabo entre em contato com o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, que era quem articulava a operação: “Pouts. (sic) Avisa o Cris”.
Avanço
Porém, não fica claro nas palavras de Dominghetti, quando ele diz que “Michelle está no circuito”, que tipo de participação a primeira-dama pode ter no caso.
Os membros da CPI prometem avançar sobre esse ponto. O objetivo é descobrir se a primeira-dama foi usada para que os supostos vendedores de vacinas chegassem próximos a Bolsonaro.