Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou que teve contato com ao menos quatro membros do chamado "gabinete paralelo", grupo que estaria orientando as ações negacionistas do presidente Jair Bolsonaro na pandemia.
Queiroga disse que se encontrou com a médica Nise Yamaguchi "em uma única oportunidade" no Ministério da Saúde. Sobre o tenente-médico Luciano Dias Azevedo, apontado como o responsável pelo pedido de mudança da bula da cloroquina, o ministro disse que não o conhece.
O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), então questionou Queiroga sobre encontros com o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Arthur Weintraub, apontado como o responsável por articular as reuniões do "gabinete paralelo" com o presidente. "Não conheço. O Arthur vejo nas mídias sociais", disse o ministro.
Queiroga, no entanto, confirmou encontros com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), assim como com o empresário Carlos Wizard. "Tive contato", disse. Sobre o deputado Osmar Terra (MDB-RS), o médico disse que ele esteve em seu gabinete para tratar sobre "estudos sorológicos". "Eventualmente converso com ele, mas nunca tratei com ele sobre tratamento precoce", afirmou.
Renan Calheiros destacou no início dos questionamentos que a CPI já tem "indícios suficientes" para comprovar a existência do gabinete. Queiroga, no entanto, disse não ter conhecimento sobre o grupo.
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