Um grupo de 130 servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), lotado em Brasília, furou fila e recebeu vacina contra a Covid-19, em um posto de vacinação do Exército.
Os imunizados não estavam na lista de prioridades divulgada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF), de acordo com reportagem de Manoel Ventura e Daniel Gullino, em O Globo.
A secretaria alegou que os servidores faziam parte do “grupo de Força de Segurança e Salvamento”. No entanto, o governo do DF divulgou, no final de abril, que a vacinação para os profissionais das forças de segurança abrange PMs, policiais civis e federais, agentes do Detran, bombeiros e “forças que apoiam o decreto” distrital que impõe medidas restritivas.
No último caso, as prioridades seriam, segundo a secretaria, trabalhadores envolvidos no atendimento e/ou transporte de pacientes; trabalhadores envolvidos em resgates e atendimento pré-hospitalar; trabalhadores envolvidos diretamente nas ações de vacinação contra a Covid-19 e trabalhadores envolvidos nas ações de vigilância das medidas de distanciamento social, com contato direto e constante com o público.
“Os demais trabalhadores das forças de segurança pública e Forças Armadas, que não se enquadram nas atividades descritas acima, serão vacinados de acordo com o andamento da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Covid-19”, afirmou a secretaria, no dia 25 de abril.
Discrição e sigilo
“A listagem foi enviada diretamente para o Exército, considerando a importância da discrição quanto ao sigilo das atividades e nomes desses servidores”, disse, ainda, a pasta.
Em nota, a Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência admitiu que a imunização ocorreu a seu pedido e o critério “foi a exposição a risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte dos servidores lotados na sede da Abin, em Brasília”.