Em reunião virtual com integrantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), na noite desta segunda-feira (19), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, culpou o comportamento da população e, indiretamente, o do presidente Jair Bolsonaro pelo agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil.
Isso porque o ministro afirmou que se a população tivesse adotado os protocolos contra o contágio do vírus, a situação seria diferente. Ele não mencionou, entretanto, que Bolsonaro, desde o início da crise, incentiva aglomerações e recorrentemente aparece sem usar máscara de proteção.
"Se a população estivesse usando máscaras, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações, se tivesse um programa de testagem mais adequado, isolamento dos casos positivos e dos seus contactantes, se fizéssemos a disciplina dos transportes urbanos, e para o funcionamento dos setores estratégicos, os senhores podem ter certeza que não estaríamos vivendo o momento que estamos vivendo hoje", disparou, praticamente listando tudo o que seu chefe, Bolsonaro, não fez.
Na mesma reunião, Queiroga ainda adiantou que o Ministério da Saúde iniciará uma nova campanha incentivando o uso de máscaras. Ele pontuou, contudo, que isso não será feito "na base da lei", sinalizando uma postura contrária aos decretos municipais e estaduais que tornam obrigatório o uso da proteção.
"Sobre o uso de máscaras, é necessário dizer o esforço que eu tenho feito. Desde o primeiro dia tenho recomendado o uso de máscaras, como também as outras medidas, mas entendo que não é na base da lei que a gente vai resolver isso. O governo, por meio do Ministério da Saúde, vai fazer uma orientação geral", declarou.