De acordo com o Painel de Excesso de Mortalidade no Brasil, divulgado pela organização de saúde Vital Strategies, morreram no Brasil, em 2020, pelo menos 899 bebês com menos de um ano vítimas da Covid-19.
O dado é um dos maiores números do mundo nesta faixa etária.
Especialistas acreditam que a falta de protocolos de atendimento para grávidas e recém-nascidos e fragilidades do sistema de saúde explicam a elevada quantidade de óbitos, já que bebês não são grupo de risco da doença.
"O número de mortes entre bebês é absurdo, um massacre", diz a epidemiologista Fátima Marinho, responsável pelo levantamento.
"Não houve nenhum protocolo para atendimento de gestantes e recém-nascidos, não houve alerta para obstetras, pediatras, não se separou hospitais de referência para gestantes com covid-19, não houve nada para organizar e orientar os atendimentos", afirma.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, A falta de pré-natal, a alta taxa de nascimentos de prematuros, a dificuldade de diagnóstico em crianças pequenas e vulnerabilidades socioeconômicas são algumas das causas apontadas.
"O número (de bebês mortos) é chocante. Seria interessante saber o que aconteceu com as mães dessas crianças, porque já sabíamos que o número de grávidas infectadas no Brasil era alto", disse a demógrafa Márcia Castro, coordenadora do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA).
Com informações do Estadão