MP investiga se relator do impeachment de Dilma furou a fila da vacinação

Enquanto a ex-presidenta se negou a ser vacinada antes da hora, Jovair Arantes foi imunizado na quinta-feira

Jovair Arantes | Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou nesta sexta-feira (5) que vai investigar o ex-deputado federal Jovair Arantes por ter se vacinado na quinta-feira (4). Arantes tem 69 anos e se vacinou junto a profissionais de odontologia, apesar de não estar na linha de frente na luta contra a Covid-19.

A promotora Marlene Nunes Freitas Bueno disse à TV Anhanguera que o MP vai apurar se ele cumpria os requisitos para ser vacinado.

O ex-parlamentar, que atuou como relator do impeachment de Dilma Rousseff em 2016, alega que não houve qualquer irregularidade, tendo em vista que a exigência da Secretaria Municipal de Saúde era apenas de comprovar se ele estava inscrito no Conselho Regional de Odontologia.

Segundo reportagem da emissora, o consultório de Arantes está fechado e aparece uma placa de "Aluga-se" no endereço. Em entrevistas, Arantes afirmou que tem utilizado consultórios do filho ou de amigos quando acionado por um paciente antigo.

"Não existe furar fila, não existe passar à frente, 'dar um jeitinho'. Foi uma vacinação regular, com doses compradas pelo Conselho Federal de odontologia Todos os dentistas, aposentados ou não, estão vacinando, trata-se de uma deliberação da categoria", declarou.

Os imunizantes, no entanto, não foram "comprados" pelo CFO. Eles fazem parte das doses enviadas pelo Ministério da Saúde a Goiânia.

Em nota, o CRO disse o seguinte: "A vacinação, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, foi destinada a todos os profissionais da Odontologia com inscrição ativa no Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO). Jovair Arantes está regularmente inscrito no CROGO, preenche os requisitos da SMS de Goiânia, tendo direito à vacinação, assim como os demais profissionais de saúde. Desta forma, não cabe ao CROGO fiscalizar se o inscrito exerce efetivamente ou não a atividade profissional. O critério definido é a inscrição profissional ativa".

Dilma

Enquanto Arantes se aproveitou da oferta do CRO mesmo sem atuar regularmente, a ex-presidenta negou um convite feito pelo governador de São Paulo, João Doria, para se vacinar antes da hora em uma solenidade que serviria como "estímulo" à imunização.

“O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável ‘furar a fila’, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros”, disse a ex-presidenta.

Com informações de O Popular e G1