Um estudo realizado em parceria entre a Unicamp e a Universidade do Texas indica que municípios do estado de São Paulo que realizam o isolamento social de forma mais severa não tiveram pior desempenho econômico. O artigo com os resultados do estudo foi publicado nesta quarta-feira (17) no periódico Plos One
A pesquisa estudo foi feita com dados de 104 municípios de São Paulo, nos quais se concentraram cerca de 91% dos casos da Covid-19 entre março e junho de 2020. Os índices de isolamento social foram obtidos om a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). E as informações econômicas usadas para a análise foram a arrecadação municipal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e os dados de empregos formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Nós encontramos evidências de que, ao relaxar o isolamento social, há um aumento substancial do número de casos” disse o professor do Instituto de Economia (IE) da Unicamp, Alexandre Gori Maia, que coordenou o projeto de pesquisa. No entanto, sob o aspecto econômico, a decisão “não mudou muita coisa, porque a dinâmica econômica acaba sendo afetada pela dinâmica regional”.
“Os indicadores mostram que, quanto maior o isolamento, menor o número de casos e de mortes. Por outro lado, quando relacionamos o que aconteceria com o município em termos econômicos se ele não tivesse intensificado o isolamento, observamos que não haveria mudanças significativas”, afirmou ele ao Jornal da Unicamp.
O professor ressalta: não é que não houve impacto econômico nesses municípios. Ele foi grande, sim, mas não está atrelado exclusivamente ao isolamento social. “Houve uma queda geral na arrecadação de impostos, mas não foi o fato de um município ter ficado mais isolado que outro que fez com que tivesse desempenho econômico pior. Não há evidências de que os municípios que adotaram isolamento mais severo tiveram pior dinâmica econômica”, afirma.
Dessa forma, conclui Maia, o isolamento acaba sendo a melhor estratégia enquanto não há vacina para parte significativa da população.
Com informações do Jornal da Unicamp