A política de Jair Bolsonaro (sem partido) que vai contra tudo o que é recomendado por autoridades sanitárias para evitar transmissões do novo coronavírus segue cobrando seu preço. O Brasil é o único país do mundo a aparecer com tendência de crescimento acelerado da pandemia do novo coronavírus de acordo com estudo publicado pelo Imperial College de Londres nesta terça-feira (16).
Os pesquisadores da universidade divulgam análise semanal dos casos confirmados e mortes ocorridas em virtude da Covid-19 em 79 países. Com base nesse estudo, estimam a taxa de transmissão do Sars-Cov-2 na semana, projetam o índice, chamado de Rt, para o próximo período e ainda mostram em um mapa quais países estão com tendência de declínio, estabilidade ou crescimento lento e de crescimento acelerado. Nesta semana, apenas o Brasil foi mostrado neste último nível.
No caso da taxa de transmissão do novo coronavírus, a do Brasil ficou em 1,05, acima do 1,01 calculado na semana passada. Foi a sétima semana seguida que o índice ficou acima de 1. O número indica que cada 100 pessoas infectadas com o Sars-Cov-2 o transmitem para outras 105 no país. Para uma região ser considerada com a pandemia em estágio de redução, é necessário que a taxa fique abaixo de 1 por ao menos duas semanas.
E, como na semana passada, a projeção feita pelos pesquisadores não é otimista. Para os próximos sete dias, eles estimam que a taxa fique entre 1,01 e 1,10. Detalhe: na semana passada, 1,05 era o índice máxima que eles tinham projetado para o país.
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Na semana encerrada na segunda-feira (15), a universidade contabilizou 7.455 mortes devido à Covid-19 no Brasil. Para essa próxima semana, os pesquisadores estimam que o número vá chegar a 8.110, podendo variar de 6.800 a 8.550.