O Ministério Público Federal (MPF) quer explicações sobre leitos vazios em hospitais militares de Manaus em meio à pandemia do novo coronavírus. A Procuradoria pediu, nesta sexta-feira (12), que Ministério da Saúde, secretaria estadual da área e os próprios hospitais prestem informações. Elas devem ser passadas em 24 horas.
Na quinta-feira (11), o UOL revelou que 84 dos 116 leitos reservados para pacientes de Covid-19 nessas instituições estavam vagos. Isso representa 72,4% da capacidade. Enquanto isso, 278 pessoas aguardavam por internação no estado. Os dados constavam de boletim da Secretaria Estadual da Saúde.
Segundo a reportagem do UOL, esses leitos estariam reservados a pacientes militares ou seus familiares.
O estado do Amazonas enfrenta um colapso em seu sistema de saúde, com falta de vagas para pacientes que necessitam de internação – por Covid ou outras doenças. A tragédia levou a falta de oxigênio hospitalar na capital amazonense.
Foram oficiados a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Amazonas, a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e as diretorias da Policlínica Naval de Manaus, do Hospital da Aeronáutica de Manaus e o do Hospital Militar de Área de Manaus.
De acordo com o MPF, os hospitais militares precisarão detalhar, em resposta à solicitação, o número de leitos clínicos e de UTI, ocupados e vagos, esclarecendo se são resultado de ampliação recente da oferta ou se há providências nesse sentido. Ainda terão que dizer se há tratativas com o governo do Amazonas ou Ministério da Saúde para utilização dos leitos das referidas unidades.
No despacho, o MPF argumenta que hospitais militares também fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque são financiados, em seu maior montante, “com recursos financeiros oriundos de dotações orçamentárias, consignadas no orçamento da União”. No documento, a procuradoria ressalta que a população, por meio de tributos, custeia a maior parte do serviço de saúde destinado aos militares.