Covid-19: Municípios mais pobres do país têm somente 50% da população imunizada

Levantamento realizado pelo painel MonitoraCovid-19, da Fiocruz, revela que apenas 15% das cidades brasileiras têm mais de 80% dos habitantes vacinados com duas doses ou dose única

Foto: Governo de São Paulo/Divulgação
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Um levantamento realizado por pesquisadores do painel MonitoraCovid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que, após 11 meses do início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, os resultados positivos são inquestionáveis.

Porém, enquanto os municípios mais ricos atingiram cerca de 70% de imunização, os mais pobres vacinaram somente metade da população.

O resultado revela a flagrante desigualdade social no país, intensificada no governo de Jair Bolsonaro. Nas cidades mais desenvolvidas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, oito em cada dez habitantes receberam, ao menos, uma dose contra a Covid.

Nas mais pobres, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, o cenário é diferente, pois somente seis em cada dez receberam a primeira dose da vacina.

No que se refere à aplicação da terceira dose, a de reforço, a discrepância é ainda mais significativa: 10% para os municípios mais ricos contra 2,5% para os mais pobres.

“Enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentam elevado percentual da população imunizada, áreas da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda apresentam bolsões com baixa imunização para Covid-19”, diz um dos trechos do documento divulgado pela Fiocruz.

“Cenário de segurança” é quando 80% da população está totalmente imunizada

Os pesquisadores classificam como “cenário de segurança” quando, ao menos, 80% da população está totalmente imunizada. Somente 15% dos municípios brasileiros se enquadram na situação, de acordo com reportagem Tiago Pereira, da RBA.

Os problemas que impedem o avanço da vacinação nos municípios mais pobres sinalizam para “desigualdades estruturais”, conforme indica o levantamento da Fiocruz, inclusive dos sistemas de saúde locais. Além disso, as falhas no processo de vacinação conduzido pelo governo Bolsonaro são preocupantes em áreas de fronteiras.

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