Presidente do Conselho Federal de Medicina vira investigado na CPI

Renan Calheiros disse que a situação de Mauro Ribeiro mudou devido às posições de “apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e pela omissão de fatos evidentemente criminosos”

Foto: Marcos Corrêa/PR
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI do Genocídio, decidiu, nesta quarta-feira (6), acrescentar mais um nome à lista de investigados pela comissão: Mauro Luiz de Brito Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).

O relator destacou que a situação de Ribeiro mudou em consequência de suas posições e do “apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e pela omissão de fatos evidentemente criminosos”.

Pela manhã, Renan já havia transformado, de testemunhas para investigados, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e os empresários Danilo Trento, Marcos Tolentino e Oscar Otávio Fakhoury.

“Nós vamos compatibilizando o avanço da investigação com a conclusão dos trabalhos. Continuamos recebendo as informações, o resultado das quebras de sigilo. Vamos, até o dia 19 [de outubro], avançar na lista. Há muita coisa a ser discutida”, relatou o senador.

Cloroquina

No início de outubro, A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou, na Justiça Federal de São Paulo, uma Ação Civil Pública contra o CFM pelo fato de o órgão chancelar o uso de medicamentos sem eficácia, como cloroquina e hidroxicloroquina, em pacientes com Covid-19.

Em abril de 2020, no início da pandemia no Brasil, o CFM emitiu um parecer em que autoriza o uso dessas substâncias em pacientes com a doença do coronavírus, informando que a decisão cabe ao médico. Mesmo após dezenas de estudos de órgãos internacionais de saúde, farmacêuticas e entidades científicas refutando a eficácia dos medicamentos, o Conselho seguiu e segue chancelando a administração desses remédios.

“Ambiente tóxico”

Em junho de 2021, Mauro Ribeiro, divulgou um vídeo em repúdio ao que classificou como “ambiente tóxico” e “nada democrático” da CPI. Ribeiro criticou, especialmente, o senador Otto Alencar (PSD-BA) por sua fala no depoimento da médica bolsonarista Nise Yamaguchi.

Com informações do Metrópoles