O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) voltou a negar, nesta sexta-feira (15), em conversa com admiradores na porta do Palácio da Alvorada, que tenha chamado a Covid-19 de “gripezinha”. Mais do que isso, o presidente afirmou que “quem falou gripezinha não fui eu, foi o Dráuzio Varella”.
O Dr. Drauzio Varella afirmou, em janeiro do ano passado, após as primeiras notícias sobre a pandemia, que “de cada 100 pessoas que pegam o vírus, 80, 90 pessoas têm um ‘resfriadinho’ de nada”.
Após disso, o próprio Drauzio Varella admitiu inúmeras vezes que, na ocasião, estava mal informado e subestimou o coronavírus. "Não só eu, muitos [especialistas] subestimaram o que estava acontecendo. E o que aconteceu é que nenhum país se preparou no Ocidente. A Itália não preparou, a Espanha não se preparou, os Estados Unidos não se prepararam", declarou.
Já o presidente, além de mentir ao negar que chamou a Covid-19 de “gripezinha”, persiste no erro ao subestimar a doença.
Bolsonaro usou a expressão ao menos duas vezes publicamente. A primeira vez, em uma coletiva de imprensa, no dia 20 de março: "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?".
Quatro dias depois, voltou a usar o termo em pronunciamento nacional em rádio e TV:
"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma ‘gripezinha’ ou ‘resfriadinho’, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão", afirmou se referindo a Drauzio Varella.