A Latam vai demitir 2,7 mil pilotos, copilotos e comandantes nos próximos dias por conta da crise do Coronavírus. As demissões serão feitas de forma online pela companhia aérea, afirmou o diretor de recursos humanos da Latam Brasil, Jefferson Cestari, em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Todo o processo vai ser feito remotamente por causa das limitações”, disse.
No início de julho, a Latam Brasil passou a fazer parte do processo de recuperação judicial do Grupo Latam nos Estados Unidos. Enquanto Gol e Azul cortaram de forma temporária, a empresa travou disputa com os aeronautas para tentar reduzir de forma permanente a remuneração da categoria.
A Latam alega que paga uma remuneração maior do que seus concorrentes no Brasil. Os profissionais, entretanto, não aceitaram. A última rodada de conversas foi encerrada no dia 31. Depois disso, a Latam confirmou que vai demitir no mínimo 2,7 mil, ou 38% da equipe, de 7 mil pessoas.
A empresa iniciou então a adesão a um processo de demissão voluntária, que terminou ontem. Os desligamentos ocorrerão entre sexta-feira e o dia 14.
A Latam concluiu também a negociação com cerca de 10 sindicatos que representam os aeroviários (profissionais em solo). Com o ajuste, a empresa saiu de 15 mil funcionários na categoria para algo perto de 12,5 mil.
A Latam chegou a ter 750 voos por dia no Brasil. Em abril, no ápice da crise, foram apenas 30 decolagens diárias.
Em junho, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a demanda por voos no mercado doméstico (medida em passageiros quilômetros pagos, RPK) teve queda de 85% na comparação com junho de 2019.
Com informações do Estadão