A massiva marcha realizada nesta segunda-feira (17) em Buenos Aires, contra as medidas de isolamento do governo de Alberto Fernández para conter a pandemia, reuniu dezenas de milhares de pessoas e foi considerada um sucesso.
A marcha foi convocada por grupos de direita e pelos veículos de imprensa do Grupo Clarín, que possuem uma hegemonia na Argentina similar à da Globo no Brasil, e que mantém uma postura política de oposição clara ao governo de Alberto Fernández.
Entre os líderes ocultos da marcha está o ex-presidente Mauricio Macri, que não conseguiu ser reeleito em 2019, ao perder a votação contra Fernández no primeiro turno. Nesta terça-feira (18), o empresário publicou em tuíte para felicitar os que estiveram no centro da capital argentina no dia anterior: “Orgulhoso dos milhares de argentinos que foram às ruas dizer basta ao medo e ao autoritarismo, e sim ao trabalho, ao respeito e à liberdade”.
A resposta do governo de Fernández veio através do ministro chefe de gabinete, Santiago Cafiero, que chamou Macri de “irresponsável” e recordou que seu governo cortou verbas da saúde que hoje estão fazendo falta ao país.
“Ex-presidente, embora você esteja na Suíça, não pode desconhecer a irresponsabilidade que significa fomentar e celebrar uma marcha em plena pandemia. Esses hospitais públicos dos quais você cortou o financiamento merecem que sejamos todos responsáveis, especialmente os dirigentes políticos”, comentou Cafiero.
Apesar de ter registrado um crescimento significativo no número de casos de coronavírus nos últimos meses, chegando a 299 mil nesta terça, a Argentina continua sendo um dos países com menos mortes em termos proporcionais: com 5,8 mil óbitos até o momento, o país tem uma taxa de letalidade por covid-19 de apenas 1,9% – a do Brasil é de 3,3%, e a nível mundial é de 3,5%.