A comunidade científica confirma: foi descoberta, na Ásia, uma mutação do vírus SARS-COV-2, conhecida como D614G. A cepa é dez vezes mais infecciosa do que a oriunda de Wunhan, na China. Porém, afirmam os especialistas, menos letal.
Paul Tambyah, consultor-sênior da Universidade Nacional de Singapura, disse à agência Reuters que “é do interesse do vírus infectar mais pessoas, mas não matá-las, porque o vírus depende do hospedeiro para ter alimento e abrigo”.
Cientistas afirmam, também, que não há sinais de que a mutação agrave os sintomas já conhecidos da doença.
A mutação foi descoberta em fevereiro deste ano e, desde então, circula pela Europa e pelas Américas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana passada, o Centro de Genoma das Filipinas anunciou que a mutação foi detectada, no mês de junho, na Cidade Quezon, ao norte de Manila. No domingo (16), o diretor Geral de Saúde da Malásia, Noor Hishan Abdullah, alertou a população a “ter cuidado e tomar mais precauções”.
Não há motivos para pânico
Um estudo publicado em julho, pela revista Cell, mostra que esta variação no genoma viral da SARS-CoV-2 melhorou sua capacidade de infectar mais células humanas.
No entanto, esse mesmo estudo indica que a mutação não parece aumentar a gravidade da enfermidade. Paul Tambyah diz que as evidencias sugerem que a proliferação da mutação D614G em algumas partes do mundo coincidiu com a queda nas taxas de mortes, o que parece indicar que a cepa é mesmo menos mortal.
“Pode ser uma coisa boa ter um vírus que é mais infeccioso e menos letal”, disse Tambyah. O cientista diz ainda que este tipo de mutação provavelmente não mudará o vírus de forma tão significativa a ponto de fazer com que as possíveis vacinas que estão sendo desenvolvidas sejam menos eficientes.