A pandemia do coronavírus vem condicionando toda a vida social e política do Brasil neste ano de 2020, e a falta de organização por parte das autoridades de saúde do país em lidar com o tema vem inspirando iniciativas da sociedade para oferecer alternativas sobre como lidar com a questão.
Uma dessas iniciativas tem a ver com dar maior e melhor acesso às estatísticas sobre a pandemia no país. Se trata do projeto Hackovid, criado por um grupo de cientistas brasileiros, com a missão de
O criador do projeto é o pesquisador Bruno Jacob, que afirma que a missão do grupo é entregar maior embasamento estatístico ao debate sobre a pandemia no Brasil.
“Acreditamos que nesse processo de reabertura do comércio e nessa volta vertical da quarentena é muito importante acompanhar, de perto, a evolução da pandemia com base em dados em tempo real e por região. Na falta de uma vacina, informação é o melhor remédio”, afirma o cientista.
A proposta se assemelha à do observatório da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, mas com foco na realidade brasileira.
“ A John Hopkins dá uma visão global da pandemia, mas com poucos detalhes da evolução da pandemia por região dentro dos países que não são o Estados Unidos. Se eu moro na Bahia e quero saber da evolução do vírus no meu estado, eu não consigo ter uma visibilidade disso pelo site deles. Pelo HackCovid você consegue. Eu diria que somos complementares ao trabalho deles. É legal saber a situação do covid-19 no mundo inteiro, mas o importante mesmo é saber da evolução na sua região”, analisa Jacob.
O Hackovid está no ar desde o início de junho, e é desenvolvido por um time de 12 profissionais de diferentes áreas. “Temos uma página que descreve o índice de transmissão do vírus por estado, uma página de casos, que mostra os dados gerais do vírus por estado, como número de óbitos e novos casos, e uma página de mobilidade que mostra, por estado, a mudança da frequentação em vários locais comparado com a frequentação base desses mesmos locais antes da pandemia, isso nos dá uma noção se as pessoas estão ou não respeitando as restrições sociais estabelecidas em seu estado”, explica.
O projeto está só começando, e o cientista assegura que novos instrumentos serão agregados a em breve. “Estamos conversando diariamente sobre como podemos melhorar a plataforma e entregar mais dados novos. Acho que ainda tem muita informação valiosa para mostrar”, conclui o pesquisador.