*Esta matéria foi atualizada em 24/07/2020 após contato da FQM Farmoquímica. Diferentemente do que foi publicado, a empresa não fez alerta sobre ineficácia do produto, mas informou que a suposta eficácia do vermífugo no tratamento de Covid-19 está em fase de estudos
A FQM Farmoquímica, que fabrica o vermífugo Annita, afirmou que apoia quatro pesquisas para uso do medicamento no tratamento do coronavírus, mas ressalta que a eficácia do produto que está sendo usado por Jair Bolsonaro contra a Covid-19 está sendo apontado em estudos que ainda não foram publicados.
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“Toda e qualquer utilização de medicamentos fica a critério do médico, e deve ser uma decisão compartilhada com o paciente”, afirmou a farmacêutica, segundo informações de Mônica Bergamo, na edição desta quarta-feira (22) da Folha de S.Paulo.
No sábado (18), Bolsonaro disse em live no jardim do Palácio da Alvorada que havia começado a tomar o vermífugo.
“Comecei essa semana a tomar Annita; alguém vai me condenar por isso?”, disse ele a apoiadores.
Bolsonaro ainda fez enquete com seus admiradores: “Vou pedir para levantar a mão: se a mãe ou o avô de vocês pegar coronavírus, vai tomar cloroquina sim ou não?”, questionou. Todos responderam em coro: “siiiim”.
O presidente também disse que, para ele, a cloroquina é eficaz porque passou a se sentir melhor “12 horas após tomar a primeira dose”.
Nota da farmacêutica
Após a publicação desta matéria, a FQM Farmoquímica entrou em contato com a Fórum informando que a suposta eficácia do produto foi apontada em estudos que ainda não foram publicados.
Confira, abaixo, a íntegra da nota.
“Em decorrência às últimas notícias veiculadas referentes à nitazoxanida, reforçamos que, no final de abril, a FQM Farmoquímica, detentora da marca de referência do fármaco no país, Annita®, vem apoiando estudos clínicos com a substância, como alternativa de tratamento à Covid-19 em diferentes estágios, devido a sua já comprovada ação antiviral.
Atualmente, existem no mundo 16 estudos sendo conduzidos com a substância para essa indicação, em diferentes modelos, dos quais seis estão sendo conduzidos no Brasil, e quatro contam com o apoio da FQM Farmoquímica.
Os protocolos adotados utilizam diferentes concentrações e regimes de dose, dentro do perfil de segurança, baseada na posologia utilizada em estudos anteriores para vírus respiratórios. Recentes estudos in vitro, com eficácia comprovada, confirmaram o elevado poder inibidor da molécula (em fase de publicação).
Atualmente, os estudos clínicos encontram-se em andamento, em diferentes etapas de aprovação e execução. Todas obedecem às normas da Anvisa e da CONEP.
Esclarecemos que ainda não existe nenhum fármaco aprovado para tratamento da Covid-19 no mundo, portanto, toda e qualquer utilização de medicamentos fica a critério do médico, e deve ser uma decisão compartilhada com o paciente. Trabalhamos intensamente na busca de uma solução e, assim que possível, iremos comunicar os resultados à comunidade científica e órgãos competentes.”