Dois casos suspeitos de reinfecção pelo novo coronavírus estão passando por testes Hospital das Clínicas de SP para que a hipótese seja ou não confirmada.
Os casos são de um funcionário e um paciente que tiveram Covid-19 em maio e foram curadas. Em julho, no entanto, voltaram a apresentar quadro clínico para a doença. Fizeram novos testes, que deram positivo.
Para a professora titular e presidente da Comissão de Infecção Hospitalar da instituição, Anna Sara Levin, há três hipóteses para a situação. A primeira é a de que os pacientes não desenvolveram imunidade para o novo coronavírus, e voltaram a se infectar.
Outra hipótese levantada, que ela considera pouco provável, é a de que o novo coronavírus funcione, em alguns casos, como o vírus da herpes, que permanece no corpo da pessoa e é reativado quando a imunidade cai. “Mas ele não é um herpesvírus”, afirma.
A terceira possibilidade é a de que os pacientes tiveram uma nova doença respiratória, semelhante à Covid-19, mas causada por um outro vírus. Coincidentemente, porém, eles ainda tinham fragmentos do novo coronavírus em suas vias respiratórias.
Nesta hipótese, o resultado seguiria dando positivo, mas o corpo estaria imune ao novo coronavírus.
“É comum vermos isso na pediatria. As crianças pegam uma infecção, se curam, mas ficam meses testando positivo para o vírus que causou a doença já resolvida”, diz Anna Sara Levin.
Os pacientes do HC com suspeita de reinfecção estão se submetendo a exames para descobrir o vírus para a nova doença respiratória. Isto confirmaria esta terceira possibilidade, que ela considera provável.
Ela afirma que a hipótese de reinfecção “é assustadora. Mas ninguém no mundo comprovou, até agora, essa possibilidade”.
Estes dois casos são os primeiros vistos no HC, que já internou 3.600 pessoas com Covid-19.
Com informações da coluna de Mônica Bergamo