Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros eleito na onda do bolsonarismo, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), disse que tomou até "remedinho de piolho" para tentar se curar do coronavírus.
"Utilizei até os remedinhos para piolho, como diz um amigo", disse à coluna de Upiara Boschi, no site NSC Total, antes de listar outros medicamentos polêmicos. "A ivermectina, que já usei muito em animais, tanto na forma injetável quanto comprimidos. É usada para pessoas também. É um vermífugo, mas teria um efeito antiviral. Da mesma forma a hidroxicloroquina, que usei por quatro dias, teria um efeito antiviral em relação ao coronavírus. Assim como sulfato de zinco, que também teria um efeito antiviral", afirmou.
Na entrevista, Moisés ainda citou seu "histórico de atleta", como já disse Bolsonaro, mas que mesmo assim sentiu muita dor no peito durante o tratamento da doença.
"Acho que o pulmão é bom, por causa da apnéia (Moisés era competidor). Fiz uma respirometria, meu pulmão tem um volume maior que o normal, tenho uma boa condição física. Mesmo assim senti bastante dor na parte central do peito durante a tosse, uma tosse seca. O receio era de agravamento. Aí já entra com antibiótico, a azitromicina, para impedir doenças oportunistas, como uma pneumonia. Antes mesmo de positivar, comecei com ela um dia antes. Quando veio o resultado, entrei com as outras medicações, dialogadas com o médico", disse o governador.
Lockdown
Prefeitos de 18 cidades do sul de Santa Catarina decretaram o lockdown para conter o avanço do coronavírus. A medida que suspende todas as atividades não essenciais entra em vigor nesta quinta-feira (16) e está prevista para durar nove dias.
A primeira a anunciar o lockdown foi a prefeitura de Tubarão, o que levou a um acordo com as demais cidades para replicar a iniciativa, depois de uma alta de infecções na região.
Tubarão concentra os leitos para tratamento da covid-19 no sul catarinense e está em situação crítica. O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) atingiu 100% da capacidade de internação em UTIs. O total de casos confirmados na cidade passou de 542 para 944 em apenas 10 dias.
Segundo o presidente da Federação Catarinense dos Municípios, Orildo Severgnini, a decisão pode ser “replicada para outras regiões, como no Meio Oeste, Vale do Itajaí e na região de Blumenau”.