Mais de 4,6 mil médicos iniciaram uma paralisação em Madri, nesta segunda-feira (13). A categoria reclama que vem sendo explorada desde o início da pandemia e exige do Ministério da Saúde que negocie novos valores e jornadas de trabalho, e que estes estejam vigentes antes de se estabelecer os novos parâmetros para o combate da segunda onda do coronavírus no país, que muitos especialistas consideram iminente.
Segundo a AMYTS (sigla em espanhol da Associação de Médicos e Trabalhadores da Saúde de Madri), a paralisação reunirá cerca de 98% dos médicos residentes da capital da Espanha e região metropolitana. A paralisação tem caráter indefinido e contará com os chamados “turnos éticos” – ou seja, alguns grupos cobrirão os horários de mobilização para não deixar o sistema abandonado.
Os médicos da capital exigem aumento de salários, estabelecimento de jornadas mais curtas, horas de descanso durante a jornada, para os médicos que atuam no enfrentamento da covid e se encontram sob pressão constante, e maior quantidade de materiais de proteção para os profissionais.
Nas últimas semanas, a Espanha tem mostrado números relativamente baixos de covid-19 – para um país que já chegou a ser o segundo mais afetado do mundo, entre o final de março e o começo de abril.
Porém, em algumas comunidades do nordeste do país, como em Aragão e Catalunha, o número de contágios e de mortes têm aumentado significativamente, e as autoridades locais já cogitam decretar oficialmente a segunda onda e restabelecer as quarentenas.