Se houver novo surto de coronavírus, PIB do Brasil pode cair em até 9,1%, diz OCDE

Há 50% de chances de que vários países sejam obrigados a retomar, nos últimos três meses do ano, as medidas de isolamento

Mutirão por emprego levou multidão para o Vale do Anhangabaú, em São Paulo (Foto: Reprodução/ Rede Globo)
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De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o mundo pode sofrer uma segunda onda de disseminação do coronavírus o que, de acordo com a entidade, ampliaria a contração da economia brasileira em 2020 de 7,4% para 9,1%.

Há chances de 50% de que vários países sejam obrigados a retomar, nos últimos três meses do ano, as medidas de isolamento que começaram a ser flexibilizadas nas últimas semanas, diz ainda a entidade.

Se o cenário se confirmar, a OCDE afirma que o impacto será de metade da contração registrada por causa da primeira onda de contaminação. Ainda assim, adiará a recuperação da economia mundial.

O cenário mais otimista de retração global projetado pela OCDE fica em torno de 6%, no qual a reabertura segue gradualmente, voltando ao nível pré-crise em 2021. A queda estimada no cenário mais pessimista é de 7,6%.

No caso brasileiro, a OCDE estima uma queda no PIB (Produto Interno Bruto) de 7,4% em um cenário em que seja possível seguir com a flexibilização. Uma segunda onda ampliaria a queda na atividade para 9,1% em 2020, atingindo tanto o consumo privado como os investimentos no final do ano.

De acordo com estimativas da OCDE, a atividade econômica no Brasil teve uma diminuição de aproximadamente 20% em períodos em que o isolamento é adotado. A instituição afirma que não fez os cálculos, mas que a não adoção dessas medidas por estados e prefeituras poderia ter custado mais em termos de vida e em impacto econômico.

De acordo com a instituição, as turbulências nos mercados internacionais afetaram o Brasil antes que a atividade econômica começasse a desacelerar por aqui, já que investidores internacionais buscaram ativos mais seguros, com saída de recursos do país e pressão sobre taxa de câmbio, juros e preços de ações.

Com informações da Folha