O virologista estadunidense Florian Krammer, especialista do Hospital Mount Sinai, de Nova York, afirmou, em entrevista para o jornal espanhol El País, que a China será o primeiro país a ter uma vacina contra o coronavírus.
“Há diferentes candidatos. Temos dois nos EUA, algumas na Europa (…) Na China há uma de vetor viral e outra inativada, pelo menos. Eu acredito que a China será a primeira a ter a vacina, e provavelmente a consiga neste segundo semestre. É minha sensação, porque o país iniciou o processo muito rapidamente e suas agências reguladoras têm formas de acelerar o processo de aprovação”, comentou o cientista.
Krammer também disse que os estudos publicados recentemente mostram que a resposta imunológica da vacina chinesa ao novo vírus é adequada e provavelmente duradoura.
Em outro momento da entrevista, o virologista afirmou que a humanidade precisa se preparar melhor para a próxima pandemia. “O razoável seria ter uma estratégia baseada em vigiar os vírus presentes em animais e, se você encontrar algo potencialmente perigoso, caracterizá-lo e fazer um candidato a vacina que pudesse desenvolver de forma muito rápida em caso de pandemia. Sempre há um problema de financiamento, mas este vírus ocasionou perdas tão brutais que investir uns poucos bilhões de euros não é tão grave”, explicou.
Remdesivir
Enquanto isso, um estudo realizado com o antiviral remdesivir mostrou que ele é capaz de reduzir a letalidade e diminuir o tempo de recuperação em doentes graves da doença.
O estudo, publicado pela revista The New England Journal of Medicine, foi realizado com mais de mil pacientes, divididos em dois grupos, um deles tomou o remdesivir e outro experimentou o tratamento convencional.
Entre grupo tratado com o remdesivir, a taxa de letalidade foi de 7,1%, enquanto os tratados com outros medicamentos tiveram uma taxa de letalidade de 11,9%. Entre os que se recuperaram, os tratados com remdesivir precisaram de apenas 11 dias para ter alta médica, enquanto os demais precisaram de 15 dias, em média.
Ainda estão sendo realizados novos estudos com o antiviral, em combinação com outros medicamentos, para tentar encontrar uma fórmula ainda mais efetiva, que possa se configurar como uma cura definitiva para a doença.