Policiais Militares em serviço e fardados teriam batido continência diante de um ato bolsonarista em São Paulo na tarde deste domingo (24) contra o governador de São Paulo, João Doria, e contra o isolamento social, necessário para conter a pandemia de coronavírus.
O ato na capital foi marcado por gritos de "ditadoria", uma crítica ao governador, que tem adotado as recomendações das autoridades de saúde e proibiu atividades não essenciais. Como governador, Doria é o chefe das forças policiais no estado. Aglomerados, os bolsonaristas não usavam máscaras.
Em nota, a Polícia Militar de São Paulo afirma que se trata de fake news a mensagem que circula entre bolsonaristas e que foi publicada por Eduardo Bolsonaro.
Segundo a PM, o gesto era uma homenagem ao soldado Lucas Alexandre Leite, de 25 anos, que faleceu em serviço na noite de sábado (23), na zona leste da cidade de São Paulo.
A nota diz ainda que “durante o sepultamento, realizado do Mausoléu da PM, localizado no centro da Capital, policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), a qual pertencia a vítima, o honraram com continência individual e toque de silêncio”.
No vídeo, bolsonaristas dizem que os policiais teriam batido continência, ligaram as luzes das viaturas e alguns fizeram sinais de aprovação. PMs em uma das viaturas recebe elogios dos bolsonaristas. "Estamos juntos", grita um manifestante que cumprimenta o PM que dirige o carro.
Além de mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, os manifestantes também gritaram ofensas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. O tom era semelhante ao do ato ocorrido no mesmo horário em Brasília, que teve a participação do presidente.
PM nega envolvimento com ato
Apesar da aparente interação entre os PMs e os bolsonaristas registradas nos vídeos, a Polícia Militar informou em nota, divulgada às 21h38, que realizou uma homenagem a um soldado que morreu em serviço na noite de sábado (23).
Segundo a corporação, "durante a tarde, em todo o Estado, os policiais do serviço operacional, que não estavam no atendimento de emergência, pararam as viaturas, acionaram as sirenes e prestaram continência ao soldado durante um minuto". A nota não cita o ato bolsonarista e destaca que a prática é tradicional na PM.
Reportagem atualizada às 14h15 do dia 25/05/2020 para adequação do título ao texto e inserção de informações da PM-SP