Farmacêutica criadora de “nova esperança” contra o coronavírus planeja produzir até um milhão de unidades este ano

A Gilead, empresa que desenvolveu o Remdesivir, recebeu autorização do governo estadunidense para colocar o medicamento no mercado como tratamento para covid-19, apesar de carecer de provas conclusivas sobre sua efetividade

Sede da Gilead, na Califórnia (foto: divulgação)
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A farmacêutica estadunidense Gilead, fabricante do antiviral Remdesivir, anunciou nesta sexta-feira (1) que pretende ampliar a produção desse medicamento, que passou a ser visto como a “nova esperança” no combate ao coronavírus.

Após receber a autorização da FDA (sigla em inglês do Departamento de Administração de Alimentos e Medicamentos) para a utilização do produto no tratamento de pacientes com covid-19, o que permite que ele seja colocado no mercado com esse propósito, a empresa afirmou que pretende produzir até 140 mil unidades da droga até o final de maio, e um milhão de unidades até ao final deste ano. “Seremos capazes de produzir vários milhões em 2021”, assegura em um comunicado.

O principal fator para impulsionar o sucesso do Remdesivir nos Estados Unidos foi uma declaração do epidemiologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e uma espécie de Dráuzio Varela do país, dizendo que o remédio mostrou ter “um claro efeito positivo na redução do tempo de recuperação” do vírus.

“É um medicamento que pode bloquear a proliferação do vírus no corpo humano”, afirmou Fauci, com base às experimentações já realizadas.

Porém, algumas revistas de medicina colocam em dúvida a efetividade do antiviral, já que, nesses experimentos, a taxa de mortalidade dos que o usaram não é muito menor: 8%, contra 11% dos que usaram outros tratamentos.

Posteriormente, o próprio Fauci reconheceu que seus elogios ao antiviral se deu em função de que “mostra que estamos no caminho de encontrar uma cura que realmente pode ser efetiva, mas ainda é preciso uma análise mais detalhada”.

Vale recordar que o Remdesivir foi desenvolvido pela Gilead em 2015 como um medicamento para curar o ebola, mas foi considerado um fracasso naquele então, já que se mostrou menos efetivo que outros remédios que mostraram melhor capacidade de cura.

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