Cuba viveu, neste 1º de maio, um dos dias mais atípicos de sua história. Desde o triunfo da Revolução, em 1959, o Dia do Trabalhador se transformou em uma das festas mais importantes do país. Costuma reunir centenas de milhares de pessoas em Havana, e até superar o milhão, se somados os atos em outras cidades.
Desta vez, no contexto da pandemia do novo coronavírus, não pode ser assim. Embora a ilha esteja entre os territórios com melhores cifras no mundo – com apenas 1,5 mil infectados, 64 mortes e 714 pessoas curadas –, o governo cubano decidiu não relaxar as medidas restritivas e pediu que pessoas ficassem em casa neste dia.
Em compensação, também estimulou que as pessoas colocassem bandeiras nas janelas e varandas das casas, para comemorar a data. Milhares de pessoas atenderam o chamado, mas não só com bandeiras. Também foram exibidas fotos e posters de profissionais da saúde que participam das mais de 200 equipes médicas cubanas que estão atuando em países da Europa, Ásia, África e América Latina, na linha de frente do combate à covid-19.
Nesta semana, uma ONG francesa chegou a propor os médicos cubanos como candidatos ao Prêmio Nobel da Paz, candidatura que ainda requer o apoio de mais organizações e entidades para se tornar efetiva, mas que, se concretizada, seria a segunda na história – em 2015, eles foram indicados por seu trabalho durante a epidemia do ebola.