Reino Unido ordena fabricação massiva de vacina para coronavírus que ainda não tem eficácia comprovada

“O mundo precisa de uma vacina e não pode esperar por testes que podem levar vários meses”, afirmou o pesquisador da Universidade de Oxford, que está liderando o projeto

Frascos de vacinas contra o novo coronavírus em teste (Foto: Reprodução)
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Uma vacina contra o coronavírus começará a ser fabricada massivamente já em maio, por determinação do governo do Reino Unido e até setembro se espera contar com mais de um milhão de doses prontas.

Isso parece ser uma boa notícia, mas calma, porque o produto em questão ainda não teve sua eficácia totalmente comprovada. Se trata do ChAdOx1 nCoV-19, uma vacina feita a partir de um vírus que ataca os chimpanzés (ou seja, não é um coronavírus enfraquecido), mas que, segundo os responsáveis pelo projeto “já demonstrou gerar fortíssimas respostas imunes a outras doenças, inclusive em humanos”.

A capacidade dessa vacina de prevenir a covid-19 em humanos ainda está sendo comprovada pelos pesquisadores da Universidade de Oxford, onde o produto foi criado. Mesmo assim, os cientistas conseguiram convencer o governo a dar o que eles chamaram de “um salto de fé”, e apostar na capacidade desta vacina em gerar a imunidade esperada e frear a pandemia.

Em entrevista ao canal Sky News, Adrian Hill, cientista e diretor do projeto, contou que as primeiras provas em humanos serão realizadas na próxima semana, e devem ter resultados divulgados entre maio e junho.

“Enquanto os testes são realizados, temos que iniciar a produção, embora exista o risco de a vacina falhar, mas nós acreditamos que há um 80% de chance de que ela seja um sucesso”, comentou o cientista.

Em seguida, Hill afirmou que a direção da sua universidade ajudou no lobby para convencer o governo do Reino Unido a gastar 2,2 milhões de libras (cerca de US $ 2,75 milhões) para financiar tanto os próximos testes clínicos como a fabricação antecipada das doses. “O mundo precisa de uma vacina e não pode esperar por testes que podem levar vários meses”, explicou o virólogo.