Um grupo de brasileiros ficaram retidos em Portugal desde o último domingo (22) após o navio da companhia MSC suspender a viagem. A decisão foi provocada após a confirmação de contaminação por coronavírus entre passageiros. Brasileiros tentaram contato com o Itamaraty para garantir a repatriação, mas não obtiveram resposta.
Felipe Aluoto foi um dos brasileiros que ficou preso a bordo do cruzeiro MSC Fantasia junto com a esposa, que também é brasileira, e dos sogros, portugueses.
Em entrevista à Fórum, Aluoto conta que, após a suspensão da viagem por conta do coronavírus, a equipe do MSC ordenou os voos dos passageiros de acordo com a nacionalidade que consta no passaporte de cada um. Com isso, os sogros de Felipe não foram selecionados para voos de retorno ao Brasil, apesar de morarem no país há anos. O mesmo aconteceu com outros passageiros que moram no Brasil, mas possuem outra nacionalidade.
"Separaram as nossas bagagens por cores, que correspondiam a países diferentes. Quem tinha passaporte brasileiro, recebia uma etiqueta amarela. Quem tinha passaporte europeu, foi destinado ao país do passaporte. Eles não davam informações sobre os voos, não perguntaram os países que nós retornaríamos", conta.
"Ficamos uns 30 casais confinados, não tinha mais camareira, serviço de alimentação, ficou precária a situação dentro do navio. Acontece que todo mundo despachou as bagagens, então ficamos um dia e meio sem roupa, sem itens de higiene", continua. Felipe conseguiu retornar ao Brasil com a esposa e sogros apenas nesta quarta-feira (25).
No voo de Felipe, outros passageiros do mesmo navio também conseguiram retornar ao Brasil. Contudo, alguns brasileiros permanecem no cruzeiro ainda sem resposta da MSC ou das autoridades brasileiras.
Este é o caso da advogada Monalisa Wagner, que é casada com um alemão e enfrentou o mesmo problema. "Estamos confinados ainda no navio. Já entramos em contato com o Cônsul da Alemanha no Brasil, a embaixada alemã em Portugal e o consulado brasileiro em Lisboa. Eles estão tentando reverter a situação, mas ainda não nos foi dada nenhuma posição", conta.
"Vamos toda hora na recepção, mas não sabem de nada, não nos deixam falar com nenhuma autoridade. Estamos já há 2 dias só com a roupa do corpo. Muito triste comprar para passar sofrimentos", finaliza.