Enquanto Jair Bolsonaro trata a pandemia do coronavírus com absoluto desdém, desrespeitando recomendações difundidas pelo seu próprio Ministério da Saúde, outros países da região estão levando a situação bem mais a sério.
É o caso de Alberto Fernández, presidente da Argentina, e Martín Vizcarra, presidente do Peru. Na noite deste domingo (15), quase simultaneamente, ambos anunciaram o fechamento de todas as fronteiras dos seus países por 15 dias, para tentar conter a propagação do coronavírus.
Na Argentina, Fernández também ordenou a suspensão das aulas e o adiamento ou cancelamento de eventos esportivos e culturais. Por exemplo, a tradicional Marcha Pela Memória, que acontece todo dia 24 de março para relembrar as vítimas da ditadura, foi adiada pela primeira vez.
O governo argentino também anunciou que colocará um plano de atendimento especial para reforçar o sistema público, que priorizará especialmente os cuidados com maiores de 60 anos.
No Peru, Vizcarra apresentou medidas similares: impôs um isolamento obrigatório em todo o país, e afirmou que o governo investirá 40 milhões de sóis, (cerca de 55 milhões de reais), através do Ministério de Desenvolvimento Social, para organizar uma rede de auxílio aos idosos e outros grupos de risco, como diabéticos e hipertensos.
O governo peruano também entregará uma bolsa especial às famílias mais necessitadas, para que tenham os recursos financeiros para aguentar uma quarentena como a que está sendo imposta.
Antes que alguém possa chamar essa sintonia entre Fernández e Vizcarra de “ideológica”, vale lembrar que o argentino é um político de esquerda, e o peruano é de direita. A diferença com Jair Bolsonaro é que eles estão tratando o assunto com a seriedade que ele exige.
Na Argentina, o coronavírus já contagiou 56 pessoas, e causou 2 mortes. No Peru, há 71 infectados e, até o momento, nenhuma vítima fatal. No Brasil, os casos já são cerca de 200.