A China concedeu nesta quinta-feira (31) a primeira autorização para uso geral a uma vacina contra Covid-19. Trata-se da dose desenvolvida naquele país pela Sinopharm e a subsidiária Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.
Na quarta-feira (30), a Sinopharm, um gigante estatal, havia anunciado que a eficácia do produto era de 79,3%. No entanto, são os resultados de dados provisórios dos ensaios clínicos de fase 3. No anúncio desse número, o laboratório havia adiantado que pediria o registro do produto.
Ela é uma vacina de vírus inativado, ou seja, ele foi cultivado em um laboratório e depois morto. O germe é então injetado no corpo para gerar uma resposta imunológica.
A China já está vacinando sua população de maneira emergencial com produtos ainda em fase de testes. Para isso, está usando doses de três laboratórios do país, incluindo as da Sinopharm e a CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac e que, no Brasil, será produzida pelo Instituto Butantan.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, Zeng Yixin, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, desde 15 de dezembro o país administrou mais de 3 milhões de doses de vacina em “grupos-chave” da população. Esse total se soma ao 1,5 milhão de doses administradas em “grupos de alto risco” até o final de novembro.
Condicional
Segundo a agência Associated Press, a aprovação à dose da Sinopharm foi concedida de maneira condicional. Isso significa que a pesquisa ainda está em andamento, e a empresa será obrigada a apresentar dados de acompanhamento e relatórios de quaisquer efeitos adversos após a vacina ser vendida no mercado, de acordo com o que disse Chen Shifei, vice-comissário da Administração Nacional de Produtos Médicos, em entrevista coletiva.
Para especialistas citados pela Associated Press, o anúncio da eficácia de 79,3% da vacina foi feito com muitas lacunas. Entre elas, citam o tamanho do grupo de controle, quantas pessoas foram vacinadas e em que ponto essa taxa de eficácia foi alcançada após a injeção.
Nos Emirados Árabes Unidos, onde o imunizante também está sendo testado, uma análise provisória dos ensaios da fase 3 mostraram eficácia de 86%. Outras nações que participam dos testes em voluntários humanos desse produto são Argentina, Bahrein, Egito, Jordânia, Marrocos, Peru e Paquistão.
Com informações da Associated Press