Um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e publicado na semana passada, mostra que o THC, uma das principais substâncias psicoativas presentes na maconha, poderia ajudar a prevenir a síndrome respiratória aguda, considerada uma das complicações mais comuns geradas pela covid-19, e principal causadora de mortes pela doença.
Segundo os resultados preliminares da pesquisa, publicados na revista Frontiers in Pharmacology, o THC fortalece a resposta imunológica do organismo à infecção respiratória e também produz um aumento significativo das chamadas “bactérias pulmonares saudáveis”.
Contudo, é importante destacar que até o momento o estudo foi realizado apenas com ratos, não com humanos, mas os resultados foram bastante conclusivos: 100% das cobaias que receberam um tratamento baseado em THC desenvolveram imunidade e sobreviveram após passarem por períodos assintomáticos ou com sintomas leves da doença. Entre os que não receberam o tratamento, todos morreram.
Agora, o estudo passará por um aperfeiçoamento do tratamento antes do início da próxima etapa, de testes em humanos, que espera que sejam realizados entre novembro e dezembro deste ano, segundo os cientistas.
Este não é o primeiro estudo baseado em uma substância presente na maconha para combater a covid-19. A Universidade de Augusta, também dos Estados Unidos, comprovou a eficácia de um produto feito com base no canabidiol. A Universidade de Lethbridge, do Canadá, comprovou que a variedade medicinal da cannabis sativa pode servir como um importante inibidor da propagação do coronavírus no organismo. Até mesmo no Brasil, o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de Santa Catarina realizou pesquisa para avaliar os efeitos da cannabis no tratamento de transtornos do humor causados pela covid-19.