Em entrevista à CNN Brasil no início da noite desta quarta-feira (28), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a vacina que vem sendo produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a CoronaVac, não chegará à população em 2020.
O anúncio vem logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a importação dos insumos para a produção do imunizante. A expectativa do governo de São Paulo, inicialmente, era obter o registro da vacina junto à Anvisa já em novembro e começar a vacinar profissionais de saúde em dezembro.
Segundo Dimas Covas, no entanto, esse calendário foi alterado por uma série de fatores, entre eles, a demora da Anvisa em liberar a importação da matéria-prima para a produção da vacina. Como a agência só o fez hoje, após pedido feito pelo governo de São Paulo há um mês, a previsão agora é que a vacina só seja registrada em meados de janeiro de 2021. Ou seja, não haverá aplicação de vacina antes do ano que vem.
A ideia é, uma vez certificada a eficácia e segurança da vacina chinesa e obtida a autorização da Anvisa, que o imunizante seja aplicado, primeiro, em profissionais de saúde, depois em pessoas da área de segurança pública e com comorbidades, até finalmente chegar à população como um todo. Dimas Covas, no entanto, ressaltou que a aplicação em São Paulo deverá ser feita dentro de um programa nacional de imunização, junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Guerra das vacinas
Na semana passada, o Ministério da Saúde chegou a anunciar que, se a CoronaVac fosse aprovada, ela seria comprada pela pasta. Mas Bolsonaro disse no dia seguinte que seu governo não compraria a “vacina chinesa de Doria”.
O tucano tem anunciado todas as etapas e evoluções do desenvolvimento da CoronaVac e assinou a intenção de compra de 46 milhões de doses.
Bolsonaro tem manifestado preferência pela vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Com isso, uma “guerra” se instaurou em torno do tema.
O titular do Planalto não quer que o produto associado ao rival político tenha mais sucesso, ou eficácia primeiro do que o que ele escolheu.