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Reality-shownarlism. Trata-se da mais nova coqueluche dentro do segmento Wando de jornalismo. Uma definição mais técnica do estilo seria "metajornalismo literário".
Depois de Noblat ser, simultaneamente, autor e protagonista da notícia, agora é a vez de Carlos Nascimento e Eliane Cantanhêde aderirem ao estilo.
O apresentador do Jornal do SBT relatou com riqueza de detalhes o assalto que sofreu:
Carlos Nascimento seguia para o trabalho por um caminho onde ficam muitos travestis. Quando parou para esperar o tráfego, foi surpreendido por um deles, que se aproveitou do descuido dele de deixar as portas destravadas e invadiu o veículo. O travesti ofereceu um programa e foi se tornando agressivo, principalmente, quando Carlos Nascimento pediu que ele saísse do veículo. Como isso não aconteceu, o jornalista acelerou e o travesti se jogou sobre a direção, tentando desviar o carro. “Ele tinha uma espécie de punhal, uma faca ou um estilete e veio para cima de mim. Dei um soco nele e ele recuou. De repente, outros dois subiram no carro, também armados, e levaram minha bolsa”, contou.Porém, o apresentador conseguiu resgatar sua bolsa e saiu correndo com o carro. “Fiquei surpreso e indignado. Aquele é um lugar público pelo qual percebi que não posso mais passar”, lamentou.Punhal, portas destravadas, bolsa, socos, travestis agressivos...Quanta adrenalina, gente. A versão dos travestis até agora é ignorada, mas seus interlocutores teriam dito* que o acontecimento foi ainda mais tenso e picante que o relatado por Nascimento. Agora, confira alguns trechos emocionantes da eletrizante coluna de hoje da Eliane Cantanhêde, detentora de uma curiosidade jornalística imbatível:
"Saí do trabalho pouco depois das 21h para jantar com uma "fonte" e estava voltando para casa já no início da madrugada, sozinha, dirigindo, quando percebi que um carro me seguia. Frio na barriga, pé no acelerador. Primeira curva, segunda, até concluir, na terceira, que a brincadeira estava ficando perigosa. Decidi frear, para que o carro seguisse em frente e me deixasse em paz. "Quem sabe não é um garotão fazendo 'pega'?" Não era. O carro, um sedã caro, me ultrapassou e deu um cavalo de pau, trancando a pista. Dois homens armados com revólveres desceram. Um deles, bem jovem, gritando: "Sai do carro, sai do carro, se manda!". Voluntariosa, minha mão direita engatou a ré. Mas o cérebro e o pé abortaram a ideia, que passou rápida, na velocidade da luz. Jamais reagir, diz o manual. É para sair do carro? Vamos sair. Agarrei o celular, abri a porta, virei de costas, aliviada por não me levarem. Já sofri sequestro-relâmpago, sei o que é. Desta vez, não quis ver caras, placa, o modelo de carro, nenhum detalhe. Meu sentido de autopreservação venceu a minha (considerada imbatível) curiosidade jornalística. Lá se foram eles, me deixando na rua, com frio, assustada, tentando agir, sem lembrar o número da polícia, mas martelando o que a gente vê todo dia nos seriados policiais americanos na TV: "Call 911". Qual é o "911" no Brasil, ou em Brasília? Sei lá. Acho que a gente não tem o hábito de chamar a polícia.Li, o 911 do Brasil é o 190, tá ok? É só marcar em favoritos no seu iphone. Por hoje é só, pessoal. Fiquem com Papai do céu e um beijo no coração de vocês. * Regra fundamental do Jornalismo Wando para garantir imunidade jornalística: "Futuro do Pretérito + Interlocutores e/ou fontes ligadas a"
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