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Ainda que muitas vezes numa configuração diferente, o esquema com três zagueiros está de volta à Copa do Mundo. Não vi todos os jogos da Copa, mas, dos muitos que vi, os três zagueiros estavam lá, às vezes com um deles sendo volante/zagueiro. Se na Copa de 2010 o 4-2-3-1 predominou, nesta muitos treinadores parecem apostar na utilização de um terceiro jogador entre os zagueiros para evitar, principalmente, os contra-ataques adversários.
Brasil, Itália, Holanda, México, Argentina, Chile e Costa Rica atuam com três zagueiros fixos ou eventualmente. No grupo dos “eventualmente” estão Brasil, México e Itália. Argentina, Holanda, Chile e Costa Rica jogaram com três zagueiros de origem.
[caption id="attachment_120" align="alignnone" width="214"] Volante brasileiro recua para auxiliar a defesa e liberar os laterais/alas[/caption]
Brasil, México e Itália aproveitam o potencial defensivo do primeiro-volante de suas equipes e o recuam para o centro da defesa para liberar os laterais/alas. Explicando melhor: são laterais quando esse volante avança e tornam-se alas quando o volante recua e fica entre os zagueiros. É uma estratégia interessante para povoar o meio-campo e utilizar o jogo pelas laterais do campo, entretanto só funciona se esses laterais realmente se transformarem em alas. Isto é, buscando a linha de fundo, ocupando o centro do campo e entrando em diagonal nas jogadas de ataque para finalizar e participar de tabelas. Do contrário, são apenas laterais que não marcam.
Os laterais brasileiros avançam bem, entram em diagonal às vezes, mas poucas vezes ocupam o centro do gramado. O meio-de-campo brasileiro é pouco povoado por conta disso. Luiz Gustavo fica sobrecarregado na marcação e, não raro, os zagueiros passam a armar o jogo junto com ele. Os laterais poderiam ajudar a fazer isso, como Blind, da Holanda.
[caption id="attachment_136" align="alignnone" width="214"] Itália varia seu esquema tático entre o 3-6-1 e 4-1-4-1[/caption]
A Itália utiliza uma variação parecida com o Brasil. É um 3-6-1 que pode se transformar num 4-1-4-1 ou num 4-5-1. O volante De Rossi é o terceiro zagueiro pelo centro. Quando preciso, também sai para o jogo. A estratégia italiana faz mais sentido que a brasileira. Embora os alas também não armem o jogo, a Itália conta com Pirlo na armação. De Rossi e Verratti dão suporte defensivo para que o volante-armador Pirlo possa armar de trás, longe da marcação adversária, o jogo da Itália. Mal comparando, Pirlo é como um quarterback no futebol americano, que arma o jogo protegido por outros volantes de marcação.
Na segunda parte explicaremos os esquemas táticos de México, Costa Rica, Holanda e Argentina.
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